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Congo
Congo (1972) é o primeiro filme de Arthur Omar (1948), cineasta, fotógrafo e importante artista brasileiro, de Poços de Caldas/MG. Com esse curta-metragem, Omar inaugura sua trajetória em torno da ideia de um “um filme em branco”, proposta desenvolvida em seu ensaio O anti-documentário, provisoriamente. Formado em sociologia, Arthur Omar trabalha com diferentes linguagens, como […]
Nunca é noite no mapa
“Todos são iguais perante a lei e todos são iguais perante o mapa. As viaturas do mapa percorrem a cidade. As viaturas da polícia percorrem a cidade” Nunca é noite no mapa (2016), é um curta-metragem realizado pelo cineasta pernambucano Ernesto de Carvalho. De forma surpreendente, o filme nos apresenta uma importante visão sobre a […]
Reeducação dos sentidos: Entrevista com Cristina Amaral
A presente entrevista é a realização de um sonho antigo da USINA: conversar com uma das principais montadoras do cinema brasileiro, que está prestes a completar 4 décadas de experiência na função. Com paixão e coerência, Cristina Amaral construiu um percurso ousado e consistente ao desenvolver parcerias que exploram um cinema além do convencional e […]
As estradas de Kiarostami
Abbas Kiarostami (1940-2016) foi um cineasta iraniano, reconhecido como um dos grandes mestres da história do cinema. Foi uma das principais figuras do novo cinema iraniano, se destacando pelo seu olhar realista e poético da sociedade. Kiarostami ganhou projeção internacional com o filme Onde Fica a Casa do Meu Amigo? (1987), ambientado no vilarejo Koker, […]
Serendib
Serendib é um ensaio experimental que a partir da ideia de serendipidade – descobertas que acontecem ao acaso – nos apresenta um dos maiores câmeras do cinema brasileiro: Dib Lutfi. Dividido em 7 partes, o texto transcorre com associações e curiosidades em torno da figura de Dib e sua participação crucial no Cinema Novo, assim […]
Olhos (exercícios oculares 1)
A partir de uma série de exercícios para os olhos, Antonio Gonzaga Amador experimenta as possibilidades do corpo nesse video-arte. O artista produz a apresentação dos movimentos dos olhos realizando as instruções dos exercícios. O foco da câmera apenas no olhar do artista transforma os movimentos mínimos e repetitivos em expressões eloquentes da anatomia humana. […]
Xarpi na Central do Brasil
No início da década de 1990, uma notícia (até então impensável) circulou nas capas de quase todos os jornais do Rio de Janeiro: a torre do relógio da Central do Brasil havia amanhecido pixada, ninguém sabia como. O autor? Atendido apenas pela alcunha de Vinga. Depois que apagaram o nome pixado na torre do relógio, […]
O Porto de Santos (1978)
Quando nos deparamos com os curtas-metragens feitos pelo cineasta brasileiro Aloysio Raulino entre 1970 e 1986, construídos em torno de ideias mais do que de histórias, repletos de citações sonoras e textuais, estruturados como colagens de fragmentos, somos tentados a aproximá-los à tradição do filme-ensaio. Sim, esses filmes são muito mais subjetivos do que os […]
Stalker
O cinema deve ser um meio de explorar os problemas mais complexos do nosso tempo, tão vitais quanto aqueles que há tantos séculos vem servindo de tema à literatura, à música e à pintura. É apenas uma questão de procurar, a cada vez com o espírito renovado, o caminho, o canal a ser seguido pelo cinema.
Pulmões, Lucas Lugarinho
o principal erro ao tratar de Serras da Desordem é focar na dicotomia documentário-ficção é uma tentativa vã tentar classificar uma obra, mesmo que por sua pluralidade de pretensas definições, quando para além desse amálgama existe uma unidade, merecedora de se chamar apenas: cinema
Cinema, a arte do espaço
Os limites da tela de cinema não são, como o vocabulário técnico daria por vezes a entender, a moldura da imagem, mas a máscara que só pode desmascarar uma parte da realidade.
ser sua própria casa
Uma mulher que vive entre cidades, países e continentes carrega consigo pequenos objetos como relíquias pessoais. Eles viajam nos bolsos das calças, carteiras ou entre páginas de caderno e são bagagens de diversos tempos e lugares. Juntos com fragmentos de memórias, eles fazem a personagem construir dentro de si a própria casa.
Alma no Olho
"Alma no Olho" é um filme do cineasta Zózimo Bulbul, grande representante do cinema de invenção brasileiro.  Filmado sobre um fundo branco e com único ator (o próprio diretor), o curta atravessa alguns séculos de história: desde a África antes da invasão europeia até a vida de exclusão imposta ao negros na sociedade brasileira.
The Perfect Human
“The Perfect Human”, curta-metragem de Jørgen Leth de 1967, é um dos filmes mais conhecidos do diretor dinamarquês. Com um cenário todo branco e uma abordagem reflexiva quanto à existência humana, o curta chamou a atenção de Lars Von Trier - que diz ser o melhor filme já assistido por ele.
Saute ma ville
Primeiro filme de Chantal Akerman, Saute ma ville foi dirigido em 1968, quando a cineasta tinha apenas 18 anos de idade. A jovem personagem do curta - representada pela própria Akerman - responde ao absurdo do trivial de ser confinada num simbólico espaço doméstico.
Para além de Hollywood: Entrevista com Lúcia Nagib
"Minha teoria sobre a utopia no cinema brasileiro se baseou em dois momentos, o Cinema Novo e o Cinema da Retomada, que revisitou de maneira crítica e atualizada os princípios do Cinema Novo. Utopias derivam de projetos políticos. No caso brasileiro, deriva da nossa própria história do descobrimento, de um território em que os europeus esperavam encontrar o Eldorado."
Os 10 mandamentos de Werner Herzog
"Não há técnicas quando se trata da intuição. Não nasci com intuição; eu a fui adquirindo. Eu a fui adquirindo ao experimentar pura vida, a vida em seu estado mais cru. Ao caminhar a pé. Ao cruzar o Saara. Ao estar preso na África uma vez ou duas. Tem a ver com certas coisas fundamentais, elementares, que é preciso experimentar na vida. Ninguém as pode ensinar. E é claro, tem a ver com a poesia. Tem a ver com certo sentido da poesia. É preciso tê-la dentro, de alguma maneira, mas ler ajuda."
O Fiel Camareiro em três atos
Em tempos de angústia e desilusão, quando inimigos de diversas feições aparecem para sugar a esperança de todos nós, de alguma forma a arte tem apresentado a característica de ser inabalável frente às adversidades, às vezes último repositório de sensatez e verdade num mundo fajuto.
Oração Para Estancar o Sangue
Oração Para Estancar o Sangue é sobre o milagre da multiplicação dos mortos nas esquinas da cidade. Onde cada morto é um umbral, um estupor e uma gratuidade. Teatralização do auto sacrifício. Flor que se abre, encontro, acidente e entrega às pedradas da cidade.
Still do filme "Tamboro", de Sérgio Bernardes Filho.
Entre dois ventos existe um vácuo. É por ele que desliza o olhar da espada. Esse é o movimento que funda os quipos do cinema, antes dos gênesis das coisas. Dizemos que o cinema existe antes de tudo porque sempre houve um vento entre dois vácuos ou um vácuo entre duas coisas e uma filosofia arcaica generalizada. Entre dois volumes ou dois ventos está o território primordial do olhar, e a noção da tempestade cinematográfica, da mente que vê.
"River Rites", Ben Russel
Etnografia psicodélica é uma metodologia, é um meio para um fim. Reúne a carga subjetiva visceral da psicodelia com o desejo etnográfico de um entendimento objetivo do eu. O resultado é uma dialética que é ao mesmo tempo corporificada e crítica onde os terrores e prazeres de estar perdido são equilibrados pela necessidade de saber onde, quem e o que nós somos, particularmente em relação com aqueles que não são nós.
Trinh T. Minh-ha
Em um mundo completamente catalogado, o cinema é frequentemente reificado como um corpo de tradições. Conhecê-lo pode representar sua destruição, a não ser que o jogo continue a mudar de regras, sem se convencer de seus encerramentos, sempre ansioso para vencer a si mesmo em seus próprios princípios. Por um lado, a verdade é produzida, induzida e estendida de acordo com o regime que está no poder. Por outro, a verdade encontra-se por entre todos os regimes de verdade.
"Out 1" (1971)
A estranha sistematização da linguagem e da sintaxe que Griffith teve de elaborar, de forma mais ou menos confusa, para poder se expressar, e que foi apenas uma consequência superficial de seu universo específico, introduziu o verme na fruta que, a partir de então, não parou de, literalmente, desvitalizar o cinema. Trata-se da lenta criação de uma retórica, sempre mais refinada e mais cheia de nuances, mas também sempre mais impiedosamente analítica.
Still de "Serras da Desordem" (2006)
Fazendo isso, surge essa água e começa a escorrer pela pedra. Naquela oportunidade eu caio no maior pranto, surpreso, “o que é isso?”, me arrepia e eu choro. E eu estou na mata, 20 anos depois, nessa situação que eu estava contando, olhando a floresta de frente e essa imagem lá de trás, da água surgindo da pedra, eu enxergo os matadores dos índios saindo como se fosse um pedaço da floresta se manifestando.
Rogério Sganzerla
Portanto – e isso precisa ficar bem claro – a preocupação do cineasta moderno não é oferecer mensagens mas revelar alguma coisa. Não se trata de impor, através de truques, o que ele já tinha na cabeça mas de tentar descobrir o mundo com a câmera, revelá-lo durante o ato de filmagem. Flagrar as coisas como elas são.
Jardim de Imagens
Cada plano isolado vale por um filme, é um filme. Foi assim que a história do cinema começou. Lumière: O almoço do bebê é uma cena simples, a mulher e a criança; por trás, as folhas das árvores se movem. Existe um equilíbrio entre os galhos que se movem e a historinha em primeiro plano. Este equilíbrio é o melhor de tudo. Cada parte da imagem vive, independentemente, e isto é bom de ver.
Il Capo
Excerto do documentário de Yuri Ancarani, Il Capo, que mostra de forma singela a extração de mármore nas colinas do noroeste da Itália. A delicadeza da superfície branca do mármore é sobreposta pelo peso e tamanho dos blocos extraídos.
A Ópera Mouffe
Considerada a precursora da Nouvelle Vague, Agnès Varda, no entanto, fez parte de um movimento paralelo ao de Truffaut e Godard, que ficou conhecido como Rive Gauche, referência ao lado alternativo da cidade.  Assim como Alain Resnais e Chris Marker, outros importantes nomes do grupo, Varda pensa o cinema em estreita relação com as artes plásticas e a literatura...
Encarnado
Um diálogo entre um homem solitário e a cidade grande, entre um sujeito tornado objeto e seus objetos tornados sujeitos, entre o orgânico e o inorgânico, o vivo e o morto, entre uma criança e seus brinquedos, apagando as fronteiras mais do que afirmando-as.
Jardim Atlântico
O mais impressionante é a capacidade de Jura Capela em atualizar para o Cinema o que Jorge Luis Borges afirmou na Literatura. "Desvario laborioso e empobrecedor o de compor extensos livros; o de espraiar em quinhentas páginas uma ideia cuja perfeita exposição oral cabe em poucos minutos. Melhor procedimento é simular que esses livros já existem e oferecer um resumo, um comentário."
Béla Tarr e o Cinema da Indústria
"O Cinema da Indústria progrediu em mega-indústria e mega-cinema mas será que se manteve exatamente igual? Não é nenhuma surpresa que Cidadão Kane seja considerado o maior filme de todos os tempos, um filme sobre vender a si próprio correnteza abaixo, ao lado de bronze, madeira e carvão..."
Cinzas
Os dias se passam como todos os outros para Naomi, mas os encontros são sempre diferentes.
A jovialidade de um Édipo à francesa
A perspectiva crítica de Malle parece destinar-se a uma abordagem do incesto na cultura ocidental como algo que está baseado em uma tentativa de universalizar as asserções do tabu, justificando cientificamente a interdição, bem como demonstrar como a proibição do incesto é um índice de como as sociedades ocidentais estão inteiramente estruturadas por uma série de questões ontológicas que buscam separar a cultura da natureza.
Eu carrego um Sertão dentro de mim
Documentário inspirado em uma entrevista de João Guimarães Rosa, a biografia do escritor se confunde com um universo povoado por cantores, jagunços, coronéis e artesãos. Em vez de explicar as imagens do sertão nordestino, a voz do narrador, como a obra de Guimarães Rosa, indica veredas que atravessam e transcendem a geografia local.
Som no cinema: Entrevista com Frederico Benevides
"É engraçado como os filmes, eles criam uma relação de algo constituinte no real, são tão reais como eu e você. E os sons dos filmes fazem parte do que é a nossa realidade, embora um soco no cinema não vai existir tal qual um soco na vida real. Um tiro, um barulho de batida de carro no cinema nunca é igual ao que ocorre no real."
Cantos de Trabalho
Cantos de Trabalho é uma trilogia de Leon Hirszman, formada por Mutirão, Cacau e Cana-de-açúcar, três documentários de curta-metragem que registram as cantorias dos trabalhadores na zona rural do Nordeste. Entre 1974 e 1976, tendo em vista o desaparecimento dessa tradição, Hirszman fez esses registros buscando preservar essa expressão do trabalho coletivo.
Teoria do Cinema Feminista – Parte III
Ainda que as feministas não tenham sempre concordado com a pertinência da psicanálise, há um consenso sobre as limitações de se focar exclusivamente na diferença sexual. Uma dessas limitações é a reprodução de determinada dicotomia, masculino-feminino, que precisa ser desconstruída.
Liberdade: Entrevista com Neville d’Almeida
"E eu queria falar pra vocês isso, façam até as coisas que vocês não sabem, porque essas coisas são as coisas que vêm do inconsciente, que vêm da informação, que vêm da cultura, que vêm da observação. E uma das definições do cinema diz que cinema é detalhe, e é verdade, é detalhe e isso é um detalhe."
Som e mise-en-scène
Quando a câmera enquadra uma determinada paisagem, personagem ou objeto, aquilo que é deixado fora-de-quadro não vai mais aparecer. Porém com o som o processo já parece ser distinto. Por mais que determinado objeto, paisagem ou personagem não esteja em quadro, ele vai povoar aquela mise-en-scène de maneira tão radical como se estivesse visível.
Teoria do Cinema Feminista – Parte II
A explicação do “olhar masculino” como uma lógica estruturante na cultura visual ocidental se tornou controversa no início dos anos oitenta; ele não dava espaço tanto para a espectadora mulher quanto para o olhar feminino.
O Fantasma do Relevo no Cinema Contemporâneo
Que pontos comuns poderíamos encontrar nas trajetórias de Werner Herzog, Wim Wenders, Martin Scorsese, Peter Greenaway, Jean-Luc Godard, Jean Claude Brisseau e Bernardo Bertolucci? Muitos, é lógico, tendo em vista que se tratam de grandes nomes daquilo que poderíamos chamar de cinema moderno. Contudo, nos últimos anos, foram eles que despertaram certa surpresa ao proporem pesquisas estéticas e artísticas inovadoras a partir da utilização de uma tecnologia que há muito não atiçava a curiosidade por parte de cineastas ligados a um certo cinema “de arte”: o 3D (ou cinema em relevo).
Storyboards
Fruto de uma riqueza criativa inestimável, os storyboards do famoso cineasta japonês refletem com a mesma intensidade a beleza sensível das cenas de seus filmes. Kurosawa, a princípio, tentou entrar no mundo da arte de maneira plástica.
Teoria do Cinema Feminista – Parte I
O feminismo é um movimento social que causou um impacto enorme na teoria e na crítica de cinema. O cinema é considerado pelas feministas como uma prática cultural que representa mitos sobre mulheres e a feminilidade, assim como sobre homens e a masculinidade.
Brasil
Curta-metragem de 1981, escrito, dirigido e produzido pelo cineasta Rogeério Sganzerla, em razão à comemoração do décimo disco no cinquentenário do nascimento de João Gilberto. A trilha, que vem do álbum com o mesmo título do filme e tem coparticipação de Caetano Veloso, Maria Bethania e Gilberto Gil, serve como apoio à composição de imagens.
Orfeu Negro: quando o teatro grego subiu a favela carioca
Um feito histórico para as artes brasileiras, a peça Orfeu da Conceição começou a ser rabiscada por Vinicius de Moraes ainda no ano de 1942, quando visitava favelas, centros de umbanda e diversos locais de tradição africana. Artigo de Vinícius Volcof Antunes sobre a obra Orfeu Negro.