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artes visuais

Conversa nº4 – Adelaide Ivánova
esta entrevista foi feita em dois dias diferentes, com pouco mais de uma semana de diferença entre eles. no dia 31 de julho de 2018, ano da morte de marielle e da queima do museu nacional, encontrei adelaide ivanova em berlim, onde tinha ido para visitar minha mãe. no dia mais quente do ano, fomos, junto com naomi baranek e victinho vasconcellos, ao krumme lanke, um famoso lago da cidade, e talvez o mais agradável de todos. sentamos na areia e, depois de um mergulho, começamos a conversar.
Upurandú resewara: entrevista com Denilson Baniwa
Enfim, é esse o nosso desafio, pegar essas coisas que são orais e transformar numa imagem que as pessoas consigam identificar como aquilo é de verdade pra gente. Porque pra gente, todas as histórias e as coisas não são mitos, elas não são contos, histórias, pensamentos inventados. Aconteceu de verdade pra gente. Quando fala que as coisas têm espíritos e vivem, elas têm espíritos e elas vivem! Elas estão entre a gente.
Foto: Wilton Montenegro
no dia sete de maio de dois mil e dezessete eencontrei jandir jr. em frente ao centro cultural do banco do brasil, logo após seu horário de trabalho no museu arte do rio. sentamos num dos bancos bem perto da pira olímpica. observamos uns policiais do exércitos, jovens como nós, andarem em dupla pra cima e pra baixo. quando a noite começou a chegar, iniciamos a gravação. quando a entrevista acabou, atravessamos a rio branco quase por inteira: da presidente vargas à cinelândia e, ao final, nos despedimos na augusto severo. a noite já estava forte, e observamos com calma e cuidado a cidade ao nosso redor.
Conversa nº2: André Aranha
no dia quatro de maio de 2017, no final da tarde, eu e arthur nos reunimos com andré em volta da mesa do centro acadêmico da primeira escola (é o que dizem) de desenho industrial da américa latina. conversamos sobre as possibilidades de experimentação gráfica e liberdade de organização traduzidas no Colaboratório, oficina que, durante alguns poucos anos na ESDI, tentou construir um espaço autogestionado de diálogo e criação, reativando um antigo e abandonado laboratório nas dependências da Escola. lá nos eram disponibilizados alguns interessantes equipamentos, como uma grande guilhotina, uma máquina de serigrafia, uma tipografia, etc. durante algum tempo, o Colaboratório foi um espaço de troca e de construção de outras possibilidades de produção.
Conversa nº1: Aline Besouro
sentamos num canto inexplorado proposto por aline e conversamos. aline gravava algumas de suas telas no colaboratório e interrompeu o trabalho para conceder a presente entrevista. ao som de sopranos e contraltos da escola de música da universidade do brasil, falamos de memória, registro, roupa, civilização, política, arte, identidade... aline é uma presença, e nas diversas vidas que viveu já assumiu diferentes identidades, naquele estilo que drummond cantou: "um jeito só de viver/mas nesse jeito a variedade,/ a multiplicidade toda/ que há dentro de cada um".
Museus no século XXI, mídias digitais e compartilhamento de autoridade (Parte I)
O que afeta essas lógicas de exposição são as demandas por representatividade e por divisão de autoridade curatorial sobre exposições. Aqui, também é relevante lembrar que à medida que povos indígenas do mundo todo passam a popular o mundo digital, coleções etnográficas também necessitam se adaptar a esses novos tipos de artefatos.
Linguagem e computadores inteligentes: entrevista com Clarisse Sieckenius de Souza
Os computadores, ao contrário das pessoas, não têm a capacidade de imaginar (ou de “antecipar”) coisas, mas apenas de “prevê-las”. A diferença entre previsão e antecipação aparece quando vemos que previsões são feitas com base em modelos estatísticos ou causais, por exemplo, enquanto que o que imaginamos ou “antecipamos”, vem, em sua maior parte, das nossas emoções (desejos e medos), intuições e ponto de observação da realidade, enriquecidos (embora não necessariamente) por probabilidades e causalidades que conhecemos. Ou seja, a nossa linguagem humana nos permite ‘inventar realidades’ e estabelecer, com a própria linguagem, regras e convenções para interpretá-las, reagir a elas, e usá-las. Computacionalmente, esta capacidade é, na melhor das hipóteses, muitíssimo limitada.
A menor bandeira brasileira do mundo e outras obras
Assim estou hoje, sendo um artista plástico com desafios de mercado, sem vender, sobrevivo da mecânica e uso o dinheiro da mecânica para conseguir manter a arte, e não para por ai, quando eu tinha ateliê passou um senhor e me disse que minhas telas eram de nível galeria, que eu fosse procurar, pois então mandei e-mail para maioria das galerias de São Paulo, sem sucesso.
Além da visualidade: entrevista com Jaider Esbell
Inserção e arte indígena contemporânea estão mesmo juntos, mas busco deslocá-lo para o recorte espacial do termo enquanto origem e fluxo, logo, busco vê-los no grande mundo compondo o desfio de fazer-se pleno em sua intenção maior e mais urgente. Dar vazão ao existir pleno dos seus artistas eis a arte indígena contemporânea que não é sem uma base, um compromisso, um pertencer em duas frentes com o povo.
Esculturas
Escultora fundamental no movimento surrealista, Maria Martins nasceu no Brasil mas passou a maior parte de sua carreira entre os EUA e a França, cumprindo o duplo papel de artista e embaixatriz. A escultora, que assinava apenas Maria, incorporou em suas obras a mitologia amazônica e a estética das religiões afro-brasileiras. A transformação de diferentes formas na metamorfose de figuras híbridas aparece frequentemente em suas esculturas.
A arquitetura de Lina Bo Bardi
Lina Bo Bardi foi uma arquiteta modernista italiana, conhecida por seus trabalhos no Brasil, dentre os mais icônicos: o projeto da sede do Museu de Arte de São Paulo (MASP) e o Sesc Pompéia, grandes referências para a arquitetura moderna do final do século XX.
Siluetas – Ana Mendieta
Ana Mendieta foi uma artista cubana. Após um desentendimento de sua família com o regime socialista cubano, seus pais a mandaram clandestinamente para os Estados Unidos, onde ela obteve sua educação em Artes. Seus anos de maior produtividade foram na década de setenta.
Splitting e Fotomontagens
A partir de sua série de fotomontagens de casas sendo divididas, cômodos entrecortados por outros, e construção anárquica, Gordon Matta-Clark, artista nova-iorquino nascido em 1943, abriu espaço para a discussão da arquitetura pelo social, assim como também pela arte. Splitting de 1974, é, de fato, uma casa cortada pela metade.
Minimalismo
Eva Hesse foi uma artista plástica alemã, comumente associada ao movimento minimalista. Por ser judia, teve que fugir para os Estados Unidos no ano de 1939, depois de uma breve passagem pela Holanda e Inglaterra. Graduou-se em diversos cursos de arte no novo continente, até voltar para a Alemanha no início da década de sessenta, quando passou a receber reconhecimento pela sua obra.
Birds and Snow in the Cold Dusk, 2008
O ar bucólico das obras de Yao Lu remete à estética clássica das pinturas chinesas. Mas na sua série de fotografias iniciada em 2006, as montanhas agora são feitas de lixo. A completa modificação pela qual a China vem passando aparece aqui de forma sutil, como um canteiro de obras e entulhos por trás de imagens de tradicional harmonia.
Holy Bible – A Divina Violência
Pegar o livro, abrir uma página aleatoriamente, fechar os olhos, deslizar o dedo indicador pela página. Em seguida, deter a mão erradia, abrir os olhos, fitar o livro e interpretar o fragmento textual eleito ao acaso.
9+1 laboratório aberto – primeira experiência
9+1 laboratório aberto é um jogo curatorial proposto por Pollyana Quintella. A primeira situação expositiva aconteceu no dia 27 de junho, num apartamento vazio na Tijuca, com a participação de Aline Besouro, Amanda Rocha, Ana Hortides, Anais-Karenin, Bianca Madruga, Clara Machado, Inês Nin, Leticia Tandeta Tartarotti e Pedro Veneroso, depois de dois dias de ocupação.
Dois anos de ÉS UMA MALUCA

"A ocupação do espaço físico era movida pela utopia de ser um espaço aberto para a criação artística. Mesmo na zona sul faltava um espaço assim. A gente conhece muita galeria e instituição, a EAV, mas claramente faltam espaços de livre circulação e experimentação."

Práticas artísticas, ações afirmativas
Por isso pensei em fazer um livro, na busca por concretizar esse diálogo que a mim e a tantos outros – como suponho – é capital. Quis elencar, através de um pessoal recorte, artistas de certo reconhecimento público que guardassem contato evidente com tais programas de apoio às pessoas em situação de vulnerabilidade social nas universidades.
Casco: Os narradores da História em Nuno Ramos
O que Nuno mantém é a junção de elementos que soam díspares. O artista se apropria de questões de ordem histórica, geográfica, política e cultural, assumindo as formas como Walter Benjamin entende a escrita da história. Nuno Ramos é aqui, em Casco, o narrador-artesão.
Sou o caderno em viagem
"Aparentemente, o artista funciona como um ser mediúnico que, de um labirinto situado além do tempo e do espaço, procura caminhar até uma clareira."
Os labirintos de Hélio Oiticica
O maior desafio de trabalhar com o Hélio é, sem dúvida, a entrega. Sua obra tem como premissa a possibilidade de mudança de rota, a possibilidade de mudar de ideia. Não existe objetivo, existe mergulho em um processo no qual ninguém saberá no que vai dar.
O fotógrafo #1, 2012.
"O lugar da arte é de criar situações e objetos que ativem campos em aberto, podendo gerar imaginação, reflexão, mas pode ser que isto não aconteça..."
Pinturas
Jean-Michel veio da parte underground de Nova Iorque, onde era conhecido como o grafiteiro SAMO, cujas tags carregavam sempre um cunho político-poético. Sua obra contém representações quase sempre figurativas de ordem social, tendo herdado muitos elementos de arte de povos indígenas e do graffiti, que ainda era algo que insurgia no mercado de arte norte-americano.
Marcel Duchamp e Gregory Bateson durante o simpósio
Marcel Duchamp, Gregory Bateson e Frank Lloyd Wright, referências nos campos da arte, antropologia e arquitetura comparecem ao lado de outros importantes convidados no hoje célebre simpósio The Western Round Table on Modern Art (1949) para revisitar e discutir as contribuições e questões levantadas pela arte moderna.
Foto de Vitor Faria
Numa cidade empresa, o corpo humano é a principal matéria-prima do desenvolvimento econômico por absorção, ou seja a criatividade é o grande mote do jogo estrutural do capitalismo, devido à capacidade resiliente estar fortemente ligada à capacidade criativa de resolver problemas do sistema. Ensaio de Jeferson Andrade
Entre xamãs e artistas: entrevista com Els Lagrou
"Figuras como Max Ernst, e eu acho que muitos surrealistas, por mais que pouquíssimos tenham realmente, como Artaud, convivido ou conhecido sociedades ameríndias de perto, todos eles procuram perceber o artista como xamã no sentido que o artista e o xamã são aqueles que conseguem ensinar a ver aquilo que normalmente não é visível, ensinam a ver diferentemente."
Violência como drible discursivo: arte brasileira na ditadura
Os anos 60 e 70 no Brasil foram marcados por uma produção artística efervescente. Situados num contexto político delicado, protagonizado pela ditadura militar, foram o momento no qual era preciso repensar o fazer artístico e seu alcance e ressonância social. Ainda que as artes visuais fossem a categoria menos perseguida pela censura, muitos artistas do período produziram obras de caráter político e contestatório como forma de reagir ao regime vigente.
On Kawara is dead.
Os dias se tornam datas em Today Series, os acontecimentos do cotidiano perdem os referenciais subjetivos que são necessários na criação de nossas mitologias pessoais e passam a ser decodificados como data, traçando um vínculo apenas com o espaço em que foi materializada em tela pelo formato escolhido. Artigo de Aline Besouro
Pinturas
Por conta de suas pinceladas ousadas e agressivas, junto com as escolhas de cores fortes presentes em seus trabalhos tardios, Paula Modersohn-Becker frequentemente é vista como a pioneira do Expressionismo Alemão. No entanto, suas obras produzidas enquanto estava em Paris mostram uma forte afinidade com outros movimentos de vanguarda europeus, em particular o Fauvinismo e o Primitivismo.
Objetos
Antes de fazer seus mais celebrados trabalhos de objetos hiper-realistas, o artista americano Robert Gober já tinha atingido um certo nível de reconhecimento na cena da arte contemporânea americana. Seus primeiros trabalhos consistiam em objetos do dia-a-dia transformados a partir de outro ponto de vista – ou reduzidos, ou com complicações neo-surrealistas.
Desenhos de Bruno Schulz
Atualmente o nome de Bruno Schulz está mais associado à literatura do que à outra arte pela qual ele era inteiramente dedicado. O judeu polonês, morto na Segunda Guerra Mundial por um oficial nazista, era um proeminente desenhista.
Storyboards
Fruto de uma riqueza criativa inestimável, os storyboards do famoso cineasta japonês refletem com a mesma intensidade a beleza sensível das cenas de seus filmes. Kurosawa, a princípio, tentou entrar no mundo da arte de maneira plástica.
Arte argentina na ditadura
Tucuman Arde foi um evento organizado em 1968 por artistas argentinos nas cidades Rosário e Buenos Aires. Em Rosário durou uma semana e em Buenos Aires foi fechada no mesmo dia de sua inauguração. Tratava-se de uma exposição bienal que reunia documentos e imagens produzidos na província de Tucuman, onde a pobreza era crescente, além de trabalhos de cunho político e contestatório ao regime ditatorial e ao neoliberalismo.
Fotomontagens
A artista conceitual americana, Barbara Kruger, nasceu em Nova Jersey em 1945. Saiu de sua cidade natal em busca de estudos sobre design gráfico e poesia, artes que sempre lhe interessaram. Suas obras mais famosas surgiram a partir dos anos 80, quando Kruger aperfeiçoou seu estilo característico...
Obras e Fotografias
Camille Claudel (1864-1943) foi uma escultura francesa geralmente ligada à figura do escultor Rodin, seu mentor e amante. Tida como figura de segundo plano por muito tempo, a história de Camille foi resgatada nos últimos tempos como forma de fazer justiça à sua obra de maneira independente à de Rodin. Depois de terem vivido um […]
Eu utilizo o objeto como uma palavra zero
Esta é a fotografia de um dos primeiros trabalhos de Marcel Broodthaers (1924-1976), poeta e artista belga. Trata-se de uma pilha de livros de poesia de sua autoria envoltos por uma massa de gesso. A forma plástica parece engolir a literatura: declara a inalcançabilidade do texto a favor da matéria. Resta-nos um rastro: Pense-Bête: lembrete. Uma espécie de alegoria prognóstica do que viria a ser sua obra.
Inferno, de Yael Bartana
Destaque da 31a Bienal de São Paulo, gerando curiosidade do público e comentários da crítica, Inferno (2013) é um trabalho de videoarte de cerca de vinte minutos da artista israelense Yael Bartana. O vídeo narra a autoimplosão do Templo do Rei Salomão durante aquilo que seria sua inauguração.
Como contaremos essa história?
O período da escravidão negra no Brasil ainda é uma temática turva, embaçada e confusa. Restaram-nos dos longos séculos de escravização apenas a frieza dos documentos oficiais – algumas listas com registros de comercialização de negros africanos; datas e leis referentes ao trabalho escravo - além de algumas imagens apreendidas em forma de gravura, pintura e fotografia.