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poema

MÁRMORE

em meio de cipós de algodão
e feixes solares
cai nu –
no mar onde o barco
bêbado jamais navegou…

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eco

A cabeça um fervo,
mistura de afeto
piadas que perdem
qualquer lastro
com a graça da quebra inicial –
cesura no claustro –
e continuam no embalo,
no frevo,
já na sua terceira, quarta
variação modal

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mangue

é pouca a luz
e eu aproveito
pra te pedir que
percorra o teu mangue
que disseque com os pés
o pavor do real
e só então diga
da casa das janelas
dos relógios das posturas

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O que os vivos fazem

Jão, a pia da cozinha tá entupida há dias, algum talher deve ter caído lá dentro.
E o dreno não funciona mas fede, e a louça imunda se empilhou

esperando pelo encanador que eu ainda não chamei. Esse é o dia a dia de que falávamos.

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A temporada dos dinossauros

antes que ele bata
eles abrem a porta
e se entra com a bota
borrada de barro e lama
eles trazem logo
o melhor tapete da casa
enquanto ele nos fala
sonhos de grandeza

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Mãepai

Pai, te devolvo meu olhos
pois cansaram de juntar tanta luz
derramada sem fundamento sobre terra fugaz.

Mãe, te entrego meus cabelos
que o vento liberou daquele sulco
escuro em meu pensamento.

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sebastós

se andamos
como lestrigões

cortando o céu amarelo e o asfalto estriado

se somos
como lestrigões e o mundo passa rápido

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ao longe o adesivo de prioridade descolando da parede opaca
do metrô onde empurram como uma onda de carne e ar
que me impede o futuro…

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hoje Deus me falou

hoje Deus me falou:
a barragem rompeu!

estamos passando
por um momento
de transformação

não é nada pessoal
o ano tá foda
pra todo mundo

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pequena história real

na cidade grande não se divide
eram três irmãos um mais velho
advogado um mais novo advogado
uma criança que queria ser
advogada por causa do pai
que também era advogado
mas imagine senhor
que na cidade grande não se divide

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