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poesia

MÁRMORE

em meio de cipós de algodão
e feixes solares
cai nu –
no mar onde o barco
bêbado jamais navegou…

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eco

A cabeça um fervo,
mistura de afeto
piadas que perdem
qualquer lastro
com a graça da quebra inicial –
cesura no claustro –
e continuam no embalo,
no frevo,
já na sua terceira, quarta
variação modal

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Poesia de Esquina – Entrevista com Viviane de Salles

“Ter uma vida culturalmente ativa é muito caro. Então, o que é o acesso à cultura? A gente não tá fazendo sarau porque a gente quer ter acesso à cultura, a gente é a própria cultura. A gente tá invertendo uma parada. A gente quer ter acesso a tudo, tudo que é produzido.”

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mangue

é pouca a luz
e eu aproveito
pra te pedir que
percorra o teu mangue
que disseque com os pés
o pavor do real
e só então diga
da casa das janelas
dos relógios das posturas

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O que os vivos fazem

Jão, a pia da cozinha tá entupida há dias, algum talher deve ter caído lá dentro.
E o dreno não funciona mas fede, e a louça imunda se empilhou

esperando pelo encanador que eu ainda não chamei. Esse é o dia a dia de que falávamos.

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A temporada dos dinossauros

antes que ele bata
eles abrem a porta
e se entra com a bota
borrada de barro e lama
eles trazem logo
o melhor tapete da casa
enquanto ele nos fala
sonhos de grandeza

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Editoras Independentes – EP 02

Neste segundo episódio da web-série Editoras Independentes, perguntamos à Azougue, Oito e Meio, Cozinha Experimental e Oficina Raquel sobre a trajetória de cada editora, as possibilidades abertas pelas novas tecnologias, alternativas de distribuição de livros em pequenas tiragens e relação com os autores.

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Mãepai

Pai, te devolvo meu olhos
pois cansaram de juntar tanta luz
derramada sem fundamento sobre terra fugaz.

Mãe, te entrego meus cabelos
que o vento liberou daquele sulco
escuro em meu pensamento.

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Chiado

escuta bem:
já ouviu um disco
daqueles de vinil?
o ruído, o chiado
o zumbido que faz
após a última faixa
é o disco dizendo
que chegou ao fim

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A revanche do sagrado: entrevista com Edimilson de Almeida Pereira

“Esse dilema do processo de criação é uma outra maneira de ressaltarmos a tensão ‘enraizerrante’, que confere à experiência poética a possibilidade de dizer-nos que aquilo que nos fixa no tempo e no espaço, na vida pessoal e coletiva só o faz porque se move e se transfigura continuamente.”

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