O Alquimista do Som é um curta-metragem documental de 1978 que apresenta o músico e pesquisador Walter Smetak, figura marcante na música brasileira ao radicar-se em Salvador como professor da Escola de Música da UFBA e inspirar uma geração de artistas com suas percepções e ideias inovadoras sobre o som. Com direção do cineasta baiano José Valter Lima, fotografia de Mario Cravo Neto e montagem de Ricardo Miranda, o filme mergulha no universo do compositor de forma poética e experimental, começando com uma longa sequência que ressalta seu caráter esotérico, seguida de um depoimento do próprio Smetak enquanto o vemos em sua casa/ateliê. O filme registra também algumas de suas esculturas sonoras e destaca o trabalho de pesquisa e invenção do autor.
Walter Smetak (1913-1984) nasceu na Suíça e estudou música desde à infância, tornando-se um exímio violoncelista. Em 1937 mudou-se para o Brasil onde se estabeleceu, até que em 1957 foi convidado pelo também músico e professor Hans-Joachim Koellreutter para lecionar na Universidade Federal da Bahia. Em Salvador, além do magistério e da participação na Orquestra Sinfônica da Universidade, Smetak ficou conhecido pela oficina que montou nos porões da Escola de Música para explorar a construção de instrumentos, prática que rendeu uma centena de invenções ao longo dos anos e foi determinante, por exemplo, para a formação do Grupo Uakti.
Entusiasta da improvisação e do microtonalismo, Smetak registrou suas experiências em dois LPs, Smetak (1975) e Interregno (1980). Em 2008 o pesquisador e músico Marco Scarassatti publicou o livro Walter Smetak: O alquimista dos sons, em que aborda toda sua trajetória artística e processo de criação.
Sinopse
Sobre o músico Anton Walter Smetak, musicólogo, pesquisador de sons e criador de centenas de instrumentos e esculturas, residente em Salvador e professor da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia.
Texto inicial
Walter Smetak nasceu em Zurich, na Suíça, no ano de 1913, sob o signo de Aquário. Tendo desenvolvido desde cedo seus estudos de musica erudita, tornou-se, ainda jovem, um virtuose do violoncelo, tendo convivido musicalmente com grandes expoentes do nosso século, como Pablo Casals, e outros.
Estando no Brasil desde 1937, há 21 anos mora na Bahia, onde é professor do Seminário de Música da UFBA e membro da orquestra sinfônica desta entidade. Pesquisador incansável das infinitas possibilidades do universo sonoro, tem desenvolvido notável trabalho de criação, abrindo, a partir da invenção de novos instrumentos-esculturas e de uma revolucionário concepção harmônica, caminhos ainda não explorados pelo homem no sentido mais amplo de sua auto-compreensão e da consciência maior.