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Alergia

julho, 2014

Até as minhas cascas
alérgicas
os travesseiros
de pedras
cada esmalte
velho na caixa
cada verso
abandonado
junto a poeira
acumulada
nos cantos da casa
é reflexo
mal calculado
do quão perolado
pode ser
o desvio

Avivamentos
dos ofícios
os sentidos
serão poema
sairão voando
rasgando
as paredes
do atlântico
concreto

Esplendor
desses tempos
vagarosos de sol
verdejantes de sal
a pressão
atmosférica
diminui em tanta
escalada escancarada
aos gemidos do suor

as águas de abril
loops de abril
rodopios completos
sem ver as plumas dos pés
palmos contados
da leveza
inconstância das almas
selvagens prensadas
na têxtura
espessa
do presente

enquanto eu
procurava explicar
adentro a têxtura espessa
do colchão
que há certas rimas
que precisam
do lugar pontual
ocupado pelos adjetivos
simplesmente porque
a vida não dá conta
de substantivar
tudo aquilo
que os meus olhos
conseguem ver

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