para pamella
o poema estica as mãos pro alto
pra alcançar as frutas no pé
como quando eu tinha dez
e minha irmã oito
o poema estica as mãos pro alto
pra alcançar as frutas no pé
como quando eu tinha dez
e minha irmã oito
eu, novamente,
preparo o café da manhã
enquanto você arranca meus cílios.
vou me desfiando
falando pra você não correr assim tão depressa
sobre o meu deslize.
Até as minhas cascas
alérgicas
os travesseiros
de pedras
cada esmalte
velho na caixa
cada verso
abandonado
junto a poeira
acumulada
…
Ele & ela
(cancerigenamente)
Deixam a mão amor
tecendo – e se os sons
nunca parassem? –
Sem querer Rilkocheteia
Seu cabelo juntando meus pés
ao chão feito um bonde
…