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poesia contemporânea

Breve história da cri-(a)-ção do Mundo – por Priscila Alba

Nada-menino, uma vez era. Nada, na medida em que passava e engrandecia, sentiu-se sozinho, quis conversar. Quis conversar, mas percebeu que ele, Nada, sozinho estava. Indagou:

– Por quê esta solidão?

Nada pensou e, ao pensar, concluiu:

– Se me chamo Nada e me sinto sozinho, procuro alguém e não acho… Creio que, outro Nada, não deve haver.

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Poema de Bianca Pataro

o silêncio é uma estrada e a distância cavada pelo vazio é intransponível
cada passo dado é um desvio entre frases suspensas,
traçado de fuga aberto em picadas na longa vertigem erguida pelo nada dito

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Dois poemas

só falaria deles em frente a todos que pudessem ouvir
pra minha sorte senhorzinho era mudo
quisesse ouvi-lo teria de olhá-lo
quisesse olhá-lo acabei por desejar surdez
mas senhorzinho enxergava que era uma beleza

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Três poemas

o sossego do meu pai
quando, nas manhãs de
chuva ou de sol, separa
as sementes enquanto,
sentado no rio, observa
o fluir rasteiro e redondo
das águas, a voz serena
e ruidosa da água.

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há sinais no sol

há sinais no sol — convulso — além da conta
na lua
tão perigosamente próxima
alucinado mar em ondas
gigantes
terra que geme e se contorce

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Corpos onde a cidade se repete

Corpos onde a cidade se repete:
(depois
de derramar antigas bocas sobre outra água):

quase
elidem alguns órgãos alarmados

— em meio às ferragens —

no
casulo do calendário?

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MÁRMORE

em meio de cipós de algodão
e feixes solares
cai nu –
no mar onde o barco
bêbado jamais navegou…

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Faca

Com um pedaço de faca
é possível talhar
uma casa é possível talhar
uma porta um poço um poema
eu você dois espelhos
refletindo
o espaço vazio da sala
o gato dormindo
sobre a estante
eu você sorrindo
sempre

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