Conversa
elisa tomou o choque
paulo se enforcou no prego
eu permaneci na minha
nem tudo se resolve
não quero te dar a dica
é claro que me comove
estilhaçar-se todos os dias
elisa tomou o choque
paulo se enforcou no prego
eu permaneci na minha
nem tudo se resolve
não quero te dar a dica
é claro que me comove
estilhaçar-se todos os dias
eram dois olhos imensos engolindo o céu das copas, a dança dos ventos, o direcionamento azul, tal qual mar a lua crescente ao revés n’outro continente dia ainda ou tua luz mais bonita, quando brincam Sol e Vênus deitada sobre a linha do horizonte apenas com a força da mente
Aqui, aos pés da cruz, já não choro como antes chorava. Os amores perdidos, as promessas desfeitas: os vejo como quem vê uma flor, um oceano, uma parede. Retornei aos meus anos divinos e nada encontrei, fui atrás dos amores sinceros e nada obtive. Agora me sento aqui, no banco
contém a morte da pessoa antiga sua grandeza, a nova consciência mal perceber a noite que com ela entra senão por essas lentes, tudo tornando outro é seu batismo. Essas imensas figueiras o lago verde, as casas amarelas a ponte em que se passa, acima as copas frondosas mãos junto
merci pour les paysages porque no dia seguinte falamos de incesto e era como se falássemos de nós e eu precisei dizer que nem sempre me importava obrigada por me trazer de volta ao cinema desvendar o trauma através das imagens acreditar que existe algo mais nas paredes de ladrilhos
falo de uma terra onde seu nome é uma árvore onde suas proles brotam com nomes de plantas de batismos e rezas dos dias de junho quando comemoramos o padroeiro cruzado nas encantarias dos caminhos de Exu da Igreja de Santo Antônio ou de uma pedra grande vista ao longe
para matheus kerr, matheus ramos-mendes e kissel goldblum investigar a consciência, sonhar. reminiscência: o universo inteiro já aconteceu. nós chegamos nos lugares que sempre chegamos isso aqui já aconteceu a visão da jornada xamânica e da vida cotidiana não são diferentes. isso não. a imaginação é faculdade da memória,
de perto o cenário lembra um parque de diversões, de longe somos só dois conhecidos empurrando o amor com os ombros. de longe eu penso nas velhas amizades, nas feridas ainda abertas nas perguntas e respostas que se intercalam. de longe é tudo bem óbvio, mas ainda assim desaba da
cinemas aproxima-se o poema estão imóveis na sala sou a que brinca de dedos estes cruzados em riba não sei dos medos, ou seja das pontas aqui quando tocam exigem coisa de mim quando olham já não há nada aqui nada pra mim estou em pé agora, e caindo agarro
Há na violeta um áspero pendor
de pedra. Mas o mármore da cor não
se arremessa como uma pedra;
é uma dureza de sonho.