contém a morte da pessoa antiga
sua grandeza, a nova consciência
mal perceber a noite que com ela entra
senão por essas lentes, tudo tornando outro
é seu batismo. Essas imensas figueiras
o lago verde, as casas amarelas
a ponte em que se passa, acima as copas frondosas
mãos junto aos peixes, os poucos anos que leva
como entender essa memória antiga
e que agora volta. Todas as famílias
que por ali passaram, os velhos cinemas
todos os grandes artistas
sonhando com seus futuros. O seu projeto cercado
pelo seu próprio mundo, as formas circulares
a outra forma do tempo
nos grupos de bambuzais, seu corpo como raiz
presenças rareando, o som de estar deitada
naquele banco que adotou como seu
o céu azul como uma jovem noite
o corpo dentro da mata como o que há de mais fundo
quadro fechado, o que retém meio ao negro
que uma hora abre, ainda algumas pessoas
antes que venha a fechar. Toda a memória que sobe
tudo o que a noite prolonga, e agora está circulando.
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