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catar-se

dezembro, 2014

meu corpo é uma usina
de tártaro e metal rasgado
pulsando em vertigens
gerando luz de estrela em céu deserto

meu corpo é um redemoinho
onde os naufrágios desaguam em tormenta e tempestade
enquanto chove lá fora
meus cantos desenham um novo céu

meu corpo é som e instante
incendiando vilas esquecidas
planícies inteiras se pondo contra o sol
cantos de guerra que eu enterrei na areia

e há quem precise de motivo
que não a vida

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