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Ele & ela

junho, 2014

Ele & ela
(cancerigenamente)
Deixam a mão amor
tecendo – e se os sons
nunca parassem? –
Sem querer Rilkocheteia
Seu cabelo juntando meus pés
ao chão feito um bonde
Engatinho até a recepção
Sem dar para’s
Colocando-me na rua
Como tremendo ginasta
Ou mergulhador olímpico
Que acha serem
Os cigarros raia.
Dei três pulinhos
Shazam
Passa a catraca
Mas nunca ousei
Prender os cadarços
Na escada rolante.
Atoado
O despertador
Dá trovoadas
E para cumprimentar o chão
Alguém amarrou meus cadarços

Minhas pupilas
Tri
Pulam

Lançando qualquer coisa em movimento
O sofá agindo por osmose
Ou qualquer coisa que ainda aguente ouvir
Teus estalos
E o peso
De teus ossos
Você diz, gajo, uma coisa que é
Uma maravilha,
E o teu bafo não gruda
Em nenhum lugar;
Morrendo de sede pensas na roda gigante
No amor,
E em erguer um monumento
No maior lugar do mundo

Me mande um dia
Desses
Uma mensagem
Mesmo que a guerra
Não acabe

Quantas vezes por dia vocês
Acham que tilintam?

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