Mareorama
uma coluna tão reta
às 11 da manhã
numa praia deserta
porque é dia de semana
é um convite a matar
todas as aulas
…
uma coluna tão reta
às 11 da manhã
numa praia deserta
porque é dia de semana
é um convite a matar
todas as aulas
…
como poderia enfrentar o mundo conforme a banda pede um sorriso e não sei dizer mais nada completo a palavra e fecho os olhos no intuito de não saber o que escrevo mas ainda assim eu sempre sei o que escrevo no segundo seguinte por exemplo desaparece qualquer vontade qualquer insistência mais aguda um plano ecumênico…
Ingestão de dietilamida e ninguém não sorri debaixo do sol, dançando amargo-salivado, agarrado nas bandas do nbome (que todo mundo resolveu falar e se fazer de preocupado agora, como se amargar nunca fosse utilizado como parâmetro de qualidade; e eu também, só sommelier nóia e charlatão).
Meditamos sobre a morte e permanecemos atentos
ao uivo da noite. Todos os dias acordamos e,
como se olhássemos o mundo, abrimos a janela
do quarto, a cortina da sala. Do outro lado os
prédios, as ruas, os cabos telefônicos. Do outro
lado as praças, as praias, os carros…
Quando o tsunami chegou como sempre sem ser anunciado
eu levava na mochila o ‘Óleo das horas dormidas’ do Leo, livro que aliás o Leo tinha me mostrado logo após uma onda
estranha que também havia levado alguns de seus pertences
…
Um carinho entre “Cortejo” (2014, Lábia Gentil) de Pedro Lago e “Experiência do calor” (2014, Lábia Gentil) de Pedro Rocha.
quem te dá nome
te fere te fura
nem fome oferece
nem some figura
que mundo ignora
não cora não cura
madeira que seca
num fundo ternura
te cheira e consome
te peca insegura
…
Churchill faz pizza de mussarela
e distribui aos ratos de nova iorque.
Aristoteles corta os pulsos,
não quer mais viver.
Levi-Strauss enlouqueceu,
mas não deixa de tomar café
na quinta avenida às 3 p.m em ponto.
…
Como adverte o próprio título/subtítulo, Corpo de Festim – Antropoemas, responde à necessidade de instaurar um olhar antropológico sobre a realidade humana, tanto em sua dimensão social quanto psicológica. Transcendendo a condição de mergulho catártico, os poemas de Alexandre Guarniei, a priori, sinalizam uma preocupação não apenas estética.