subtamente digo: subte e me entrego às profundezas do subsolo: grafitado o traço é vivo em movimento: grito pelos túneis aprofundados espaço ativo nomes não esquecidos
Sergio Cohn é poeta e sócio-diretor da Azougue Editorial, publicou os livros Lábio dos afogados (1999), Horizonte de eventos (2002), O sonhador insone (2006) e Futebol com Animais (2013), escrito junto com seu filho. É editor de várias revistas de cultura, entre elas a Azougue, a Nau, e o Atual - O último jornal da Terra.
EU VEJO coisas piores, eu vejo coisas sem dono, eu vejo o que tudo que há, eu vejo o que não há de ser, e eu vejo o que não há de se pensar, logo, por águas baixas eu já andei, e por cima de morro eu corri, e pelas estradas velhas os carros passaram por mim, e eu olhei pelo retrovisor e vi o meu rosto suado sofrendo com o calor, e toda a atmosfera que me rodeava estava de parada, e esteve sempre assim.
meu dedo nervoso ácido cosmopolita reembarca nos horizontes fantasmagóricos de outrora meu dedo sublinhado por ecos por ogivas cada vez menos possuídas (...)
Não há contraste maior do que em pleno carnaval sair de um bloco de rua, tomar um banho para então entrar numa gélida sessão com seu devido lugar marcado em Ela, novo filme do diretor estadunidense Spike Jonze.
estou numa tarde muito quente em que pessoas tiram a pele de palavras e expõem seus ossos como coisas cruas contorcendo-as em carne viva enquanto me cumprimentam (...)