para pamella
o poema estica as mãos pro alto
pra alcançar as frutas no pé
como quando eu tinha dez
e minha irmã oito
o poema estica as mãos pro alto
pra alcançar as frutas no pé
como quando eu tinha dez
e minha irmã oito
9+1 laboratório aberto é um jogo curatorial proposto por Pollyana Quintella. A primeira situação expositiva aconteceu no dia 27 de junho, num apartamento vazio na Tijuca, com a participação de Aline Besouro, Amanda Rocha, Ana Hortides, Anais-Karenin, Bianca Madruga, Clara Machado, Inês Nin, Leticia Tandeta Tartarotti e Pedro Veneroso, depois de dois dias de ocupação.
é pouca a luz
e eu aproveito
pra te pedir que
percorra o teu mangue
que disseque com os pés
o pavor do real
e só então diga
da casa das janelas
dos relógios das posturas
…
Os anos 60 e 70 no Brasil foram marcados por uma produção artística efervescente. Situados num contexto político delicado, protagonizado pela ditadura militar, foram o momento no qual era preciso repensar o fazer artístico e seu alcance e ressonância social. Ainda que as artes visuais fossem a categoria menos perseguida pela censura, muitos artistas do período produziram obras de caráter político e contestatório como forma de reagir ao regime vigente.
Esta é a fotografia de um dos primeiros trabalhos de Marcel Broodthaers (1924-1976), poeta e artista belga. Trata-se de uma pilha de livros de poesia de sua autoria envoltos por uma massa de gesso. A forma plástica parece engolir a literatura: declara a inalcançabilidade do texto a favor da matéria. Resta-nos um rastro: Pense-Bête: lembrete. Uma espécie de alegoria prognóstica do que viria a ser sua obra.
O pintor está condenado a agradar. Não pode de nenhuma maneira transformar uma pintura num objeto de aversão. O propósito de um espantalho é espantar as aves do campo em que está plantado, mas a mais terrível pintura está lá para atrair visitantes. A tortura real pode até ser interessante, mas em geral isso não pode ser considerado como seu propósito.
Gaza é uma série de fotos em que Aline Besouro, personagem e propositora, aparece vestindo um Jilbab num cenário distinto. Trata-se da Zona Portuária do Rio de Janeiro que, em processo de revitalização, tem sua geografia revista por escombros e ruínas…
A poesia entra no sonho
como um mergulhador num lago.
A poesia, mais forte que ninguém,
entra e cai
a prumo
num lago infinito como o Lago Ness
ou turvo e desafortunado como o lago Balatón.
…
Parece pouco imaginável que a síntese vital de Le Corbusier caiba nas volutas transbordantes do corpo de Josephine Baker. E não cabe mesmo. Mas é o encontro entre essas que são duas das figuras mais icônicas do modernismo (ele na arquitetura, ela na dança) que se explora no MAR.
De Mario Santiago Papasquiaro (1953 – 1998), poeta mexicano que fundou junto com Roberto Bolaño o movimento Infrarrealista na década de 70. Sua poesia se caracteriza por uma escrita forte e ácida, fruto do que o poeta convocava para si como forma de existência.