Camille Claudel (1864-1943) foi uma escultura francesa geralmente ligada à figura do escultor Rodin, seu mentor e amante. Tida como figura de segundo plano por muito tempo, a história de Camille foi resgatada nos últimos tempos como forma de fazer justiça à sua obra de maneira independente à de Rodin. Depois de terem vivido um caso de amor público, Rodin abandonou Camille alegando não poder se separar da sua então companheira oficial, o que para a historiadora Monique Laurent, ex-diretora do Museu Rodin, em Paris, isso não passava de uma desculpa. “Ele tinha medo de Camille. Sua inteligência e talento faziam dela uma artista que poderia suplantá-lo.” Camille, aos poucos, entregou-se à angústia e à melancolia. Em 1892, sofreu um aborto e decidiu se afastar de Rodin. É a partir deste momento que a artista começa a desenvolver uma obra mais potente e autoral, influenciada também pela arte japonesa. No entanto, sua obra não alcança o grande público, tanto em razão do preconceito por ser mulher, e também porque a sociedade artística alegava que copiava Rodin. Em 1900, foi recusada a participar da Exposição Universal, o que para a escultura tinha a ver com o afastamento de Rodin. Aos poucos foi se isolando cada vez mais, até ser diagnosticada com psicose, tendo passado os últimos 30 anos de sua vida amarrada num hospício. A história da sua vida está bastante retratada nos temas e na expressividade de suas obras.
O jornalista Milton Ribeiro resume a vida injustiçada da escultora:
De forma esquemática, a biografia de Camille pode ser resumida assim: ela era uma talentosa escultora que, quando tornou-se amante de Rodin, caiu em desgraça junto à sociedade parisiense. Afinal, o escultor era casado, célebre e a ligação foi um escândalo. Após quinze anos de tortuoso relacionamento, Camille rompeu e mergulhou cada vez mais na solidão e na loucura. Por iniciativa de seu irmão mais novo, o escritor Paul Claudel, foi internada em 1913 num manicômio.
Camille em seu ateliê.
Camille no ateliê de Auguste Rodin (1885).
Camille posando para Auguste Rodin.
Detalhe de Sakountala ou O Abandono (1888).
Detalhe de Sakountala ou O Abandono (1888).
Detalhe de Sakountala ou O Abandono (1888).
A Valsa (1892).
Detalhe de A Valsa (1892).
Aurora (1895-1897).
A onda, 1897-1903.