Saiu no jornal:
três corpos morreram no Rhône
ontem, e talvez um pouco hoje,
não sabemos com certeza,
porque falta
aparecer um.
Este que sumiu
talvez esteja ainda vivo,
mas só um pouquinho.
Meditando entre as algas,
ele guarda um restículo de ar nos pulmões,
como quem esconde,
em segredo,
o último anel de vovó
antes da grande bancarrota.
Imagine, saltar no rio
e se ver assim,
emaranhado,
entre coisas tão antigas.