Vivemos uma crise global, com um potencial de letalidade semelhante às grandes guerras. O impacto da crise, duplo, econômico e sanitário, expõe de maneira clara as contradições e sensibilidades no nosso modo de vida: a vulnerabilidade dos trabalhadores informais e da gig economy; a demanda por um Estado presente num mundo que rejeita o público e aquilo que é comum; o conflito e a sobreposição entre fato e opinião; nossa relação, tão confusa, com a carne, com os nossos e com a alteridade.
É possível ser otimista neste mundo? Antes de argumentar que pode existir algo de bom no absurdo que enfrentamos é necessário avisar ao leitor. Este não é o texto do “startupeiro” que vai ganhar muito dinheiro com a expansão da indústria do delivery durante a crise. Este tampouco é o texto da blogueira que não respeitou o isolamento social. Me dá certo receio descrever qualquer possibilidade de otimismo no momento que vivemos. A tragédia humanitária é em ordens de magnitude superior a qualquer coisa boa que daí possa surgir. Recorro, no entanto, a esse talento (ou seria teimosia?) que nós latino americanos temos em encontrar alguma coisa boa nas tempestades que nos assolam.
Feita a devida ressalva, novamente pergunto: é possível ser otimista neste mundo? Vejo dois caminhos de um otimismo possível. O primeiro reside na negação da crise e na contemplação. Vem da ideia de que nada podemos fazer sobre o que não está diretamente sob nosso controle. Essa resposta aparece no Sísifo, que percebe que o absurdo do mundo dói menos a cada dia[1]. Ou nos prisioneiros de Edgar Allan Poe, que tateiam as paredes de suas prisões na busca de alguma vida, nessa afirmação, tão humana, do mundo sensorial que persiste nos mais difíceis momentos. Essa atitude pode ir para o lado da contemplação: ver os peixes retornando aos canais de Veneza; o céu mais limpo à noite. No meu caso, tem a ver com o Pico do Jaraguá, antes tão difícil de ver na poluição de São Paulo, que agora pode ser visto da varanda da casa onde estou vivendo o confinamento. É a resposta do yogue, do religioso, do estóico, do culto rajnish e de quem encontra o sentido dentro de si. Em geral, se formos disciplinados e calmos, o sentido aparece dentro de nós.
Existe também um segundo caminho. Como disse o ex prefeito de Chicago IL, Rahm Emmanuel, não devemos desperdiçar uma grande crise. Quando o mundo muda, os custos e benefícios que os indivíduos incorrem se distribuem de uma nova forma dentro de uma sociedade; novos problemas ganham aceitação; as clivagens políticas se alteram. Ocorre uma simbiose estranha entre as fissuras do solo, causadas pelo terremoto e uma súbita maleabilidade da argila do mundo, que só aparece nesses momentos. A crise é sim uma oportunidade de transformação. A frase é piegas e poderia estar dentro de um biscoito da sorte de um delivery de comida chinesa. Mas é essencialmente real: na crise, aqueles que possuem a inclinação profética de acreditar que o mundo pode ser outro, de que nossos braços são feitos para moldar a realidade, acordam.
A experiência norte americana durante a segunda guerra nos mostra a relação latente entre crise e oportunidade. Durante os esforços de guerra, a sociedade norte americana mudou. O senso de urgência causado pelo receio da guerra total coordenou os espíritos de todo um país na mesma direção programática. De um lado, foram adotadas políticas de estímulo fiscal e medidas com consequências redistributivas, como o aumento progressivo de impostos. Esse conjunto de medidas foi responsável por uma drástica redução da desigualdade de renda. Do outro lado, mudanças na produção. A economia da guerra total gerou novas formas de cooperação e competição entre público e privado, fomentou a experimentação radical na produção e na política pública, o aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho e mobilizou a fecundidade e a vitalidade de uma sociedade inteira na mesma direção. Será que viveremos a mesma coisa com a COVID-19?
Para responder essa pergunta, pedirei ajuda para dois professores, Dani Rodrik e Mangabeira Unger. O ano é 2017 e estou cursando meu mestrado em Economia do Desenvolvimento na Universidade de Harvard. Uma vez por semana deixo de lado os deveres de casa e as equações para uma aula um tanto diferente. Cruzo de skate o famoso yard da universidade, o tipo de atitude que só podemos nos permitir nessa estranha regressão a adolescência que é a pós graduação. As ruas estão cheias de neve e de estudantes estressados, correndo de um lado para o outro. Eu entro pela porta giratória do prédio da escola de direito de Harvard, atravesso o corredor e chego ao auditório onde está para começar mais uma aula do curso Political Economy After the Crisis (Economia política após a crise), ministrado conjuntamente pelos professores Roberto Mangabeira Unger e Dani Rodrik[2].
Os professores fazem uma abordagem dialética, assim faz o professor Mangabeira em todos os seus cursos. A cada aula, um expõe uma tese e o outro critica. Ambos concordam que não há resposta certa nem resposta fácil. De resto, discordam em quase tudo. Mangabeira parte para um ataque da economia enquanto ciência social: para ele, a disciplina naturaliza a economia de mercado, sugerindo sua imutabilidade, castrando nossa imaginação institucional. Outras ciências humanas, como o direito e a filosofia política, cumprem um papel complementar na manutenção do status quo, buscando a humanização de um sistema injusto, sem questionar diretamente sua estrutura. A ciência econômica, assim, inviabiliza o surgimento de um possível adjacente: uma realidade mais justa e potente, que talvez esteja logo ali. Sobre esse possível adjacente, me vem à mente um pequeno aforismo do escritor português Gonçalo Tavares em suas Breves Notas Sobre a Ciência:
“Na ciência, como no mundo das invenções, observar pelo canto do olho é ver o pormenor
diferente, aquele que é o começo de qualquer coisa de significativo.
Observar a realidade pelo canto do olho, isto é: pensar ligeiramente ao lado”[3]
Para Mangabeira, me parecia que era esse o problema: não estávamos pensando ligeiramente ao lado.
Os ataques de Mangabeira à economia são, por sua vez, habilmente defendidos por Dani Rodrik, um dos grandes economistas do nosso tempo. Apenas um economista aberto e sofisticado como Rodrik poderia defender assim a disciplina. O economista concedia. Não via a economia como um sistema fechado, mas como uma coleção de histórias, que na disciplina são contadas através de modelos matemáticos. O mundo é complexo demais para caber numa história só. Precisamos de várias histórias, contadas por diferentes vozes, se queremos entender a diversidade da experiência humana, do mundo social e do sistema de trocas, temas sobre os quais a disciplina se debruça. Boa parte da “defesa” de Rodrik está em seu livro Economics Rules[4], escrito a partir das reflexões do curso.
Vez por outra, no entanto, vinha um golpe certeiro. Lembro-me da pergunta de um brilhante colega peruano: existe, no final das contas algo que será sempre verdade na Economia, como, por exemplo, que um sistema de metas de inflação sempre existirá e será socialmente benéfico? A sala ficou silenciosa. Podíamos sentir a energia e a tensão. Rodrik pensou em silêncio por cerca de um minuto e veio a resposta, um categórico não. Para alguém como eu, tão acostumado à pretensa onisciência tão comum na profissão, significou muito ver um dos expoentes da disciplina fazer um comentário tão sincero, sobre tudo o que sabemos que não sabemos.
Quase tão interessante quanto o embate intelectual travado pelos professores, era observar sua didática e personalidade. O brasileiro e o turco radicados na universidade Ivy League, ambos caracterizados pela sofisticação e audácia de seu pensamento. Mangabeira, a partir de sua teoria crítica do direito; Rodrik, a partir de seus estudos sobre o crescimento econômico, economia política internacional e política industrial. Com sua cara de professor pardal, seus óculos de tartaruga e seu broche da insígnia nacional de seus tempos de Ministro, o professor Mangabeira parecia saber de cor cada palavra que pronunciava. Antes de começar um argumento, descrevia a estrutura de sua fala: prosseguirei meu argumento em três partes, sendo a parte final, composta de outras três partes. Usava da dialética: tese, antítese e uma terceira possibilidade que adjudicava e harmonizava seus argumentos iniciais. Já Dani Rodrik tinha o semblante do grande intelectual. Voz calma, cabelo grisalho e suéter de cashemere. Não demonstrava expressões fortes. Riso contido, um tom baixo na voz que despertava a atenção da classe. Parecia ter ouvido o conselho proferido por Scott Fitzgerald, que um ponto de exclamação era algo tão vulgar como rir da própria piada.
A dialética dos professores não se restringia a seus debates em sala. Uma das lições de casa que nos foi passada consistia em discutir certo tema como se fôssemos os dois professores: o que um diria, e como o outro rebateria?
Me proponho a este estranho exercício, de psicografia dos vivos, sobre a pandemia.
Para Mangabeira, as crises são catalisadoras das mudanças institucionais. Um momento de crise seria justamente este momento de viabilizar uma democracia de alta energia, capaz de reimaginar-se continuamente, construindo um novo futuro a partir do experimentalismo, numa coexistência entre cooperação e competição. Neste momento de crise, conflitos sociais seriam rapidamente arbitrados, e a sociedade superaria mais rápido suas contradições. Imagino Mangabeira dizendo que a crise poderia despertar aquele que para ele é o traço fundador da identidade brasileira (e norte americana): a assombrosa vitalidade que habita dentro de nós.
Para qual direção iríamos com tantas mudanças sociais? Para Mangabeira, a resposta é uma só. Essa aceleração de nosso processo nacional deveria viabilizar uma rápida inserção de toda a sociedade na economia do conhecimento. A justiça social seria atingida, não através de políticas redistributivas, mas a partir da integração de toda a sociedade a uma vanguarda produtiva, altamente especializada e criativa, composta de formas institucionais diversas. Escolas pareceriam empresas e empresas pareceriam escolas, num mundo onde todos fazem parte das franjas da vanguarda da produção e da criatividade. A sobreposição em larga escala da máquina, de tudo que é automatizável e repetitivo, pela anti máquina, que é a nossa imaginação.
Imagino que Rodrik desconfiaria deste otimismo mangaberiano. Quando todos comemoravam os avanços da globalização, o economista turco alertou para seu risco para a democracia. Para ele, haveria o seguinte trilema[5]: um estado não pode ser simultaneamente aberto comercialmente, democrático e soberano. É preciso escolher dois entre três. Essa dinâmica pode ser utilizada para explicar a ascensão do populismo na Europa (Brexit), bem como a eleição de Trump (e o sucesso de um de seus oponentes, Bernie Sanders) nos EUA e de Bolsonaro no Brasil. A excessiva abertura nacional – fluxos de comércio, de capital e até mesmo de pessoas, com as recentes crises migratórias – impactariam clivagens políticas e normas sociais domésticas, dando margem a reorganização política em torno de um populismo autoritário.
Em seu último texto no Project Syndicate[6], Rodrik se mostra pessimista com o papel transformador da crise. Para ele, as respostas de política dos países têm reforçado a morte do consenso neoliberal dos anos 80-2000 e a ascensão de um global de um populismo autoritário. A China respondeu com uma impressionante mobilização de recursos e supressão de informação. Na Hungria, Orbán, utilizou da contingência para ampliar ainda mais seu poder. Bolsonaro radicaliza sua indiferença aos fatos, à ciência e à vida humana. Se existe um potencial transformador, ele simplesmente não parece estar acontecendo.
Como conciliar as visões do Rodrik e do Mangabeira internos da minha mente? Podemos começar enfatizando que as crises são sim transformadoras. A segunda guerra nos mostrou isso em duas dimensões. Primeiro, a partir de uma reorganização da riqueza e da renda. Através da criação de novas políticas de proteção social, como o Ministério da Comida e da instituição do direito à saúde universal através do National Health System, na Inglaterra, da política macroeconômica keynesiana e em toda a reorganização da infraestrutura econômica global pactuada em Bretton Woods, vimos nascer um amplo processo de redistribuição de recursos. Segundo, no que tange produção. Nos Estados Unidos, os esforços de guerra geraram novos arranjos produtivos entre público e privado; no Brasil, geraram a consolidação da indústria nacional e a reorientação da produção. O mais surpreendente deste processo, no entanto, foi a assombrosa aceleração da inovação e do desenvolvimento tecnológico: a bomba nuclear e o computador, talvez as principais invenções do século XX, foram produto dos esforços de guerra. A primeira da criptografia inglesa capitaneada por Alan Turing. A segunda a partir do Manhattan Project coordenado pelo físico Oppenheimer. O cérebro eletrônico, espírito e maestro da cadência do Século XX, é um produto da guerra.
Me parece que a pergunta a ser respondida, no entanto, é a seguinte: qual nível de mudança social devemos esperar da pandemia? Suspeito que a transformação associada à crise em que estamos seja heterogênea, caracterizada por uma transformação radical de certos setores e dimensões da experiência humana, em conjunto com a estagnação e regressão em outras searas. Identifico, com a irresponsabilidade típica de quem tenta antecipar um fenômeno social ainda em pleno transcorrer, quatro campos de mudanças no nosso modo de vida.
Primeiro, percebemos uma aceleração da integração de boa parte da sociedade na economia do conhecimento. As empresas rapidamente se reorganizam em torno do trabalho remoto, da impossibilidade de viagens e deslocamentos. A tal da transformação digital, proposta pelo consultor da Mckinsey disponível no supermercado mais próximo de você, está acontecendo a passos largos, mesmo que circunscrita a setores específicos.
Segundo, uma mobilização de recursos e aceleração dos processos de mudança nunca antes vista na saúde pública. Não tenho dúvidas que o SUS sairá mais forte desta crise, com maior capacidade de implementação e sustentação política. No nível da aceleração da inovação, vemos o marco regulatório da telessaúde rapidamente se consolidar. Com os deficits de recursos humanos, o escopo de práticas dos profissionais de saúde será rapidamente redefinido, dando margem para um maior protagonismo na gestão por parte da enfermagem. A política de regionalização do SUS, que hoje, feitas raras exceções, não passa de uma ficção, terá que ser fortalecida para que os pequenos municípios sejam capazes de estabelecer um fluxo de atendimento para a COVID-19. Cobrados pela mídia, os estados e municípios estão rapidamente melhorando sua governança e construindo capacidade de vigilância epidemiológica. Por fim e talvez mais importante, a relação perniciosa dentre público e privado, terá que ser resolvida se quisermos aumentar a capacidade hospitalar do SUS.
Terceiro, uma refundação do pacto federativo, com um protagonismo nunca antes visto dos estados. A função do estado na descentralização administrativa brasileira é complexa: uma entidade com alta capacidade de implementação relegada a um papel de coordenação, onde os governos municipais atuam de maneira altamente discricionária e descompassada. A crise fez os governadores se unirem, buscarem soluções, articularem sistemas inovadores de compra e aquisição de insumos e reavivarem estruturas de governança antes esvaziadas como os consórcios regionais do Nordeste e do Brasil Central. Governadores de partes opostas do espectro político como Flavio Dino e João Dória se fortalecem exercendo a liderança neste momento tão desafiador. Buscam soluções, driblam as regras e realizam desvios positivos para responderem a crise. Talvez, nada explicite mais isso que o drible de Flavio Dino no Governo Federal ao adquirir respiradores para o estado a partir da Etiópia.
Se o presidente é hoje o personagem principal de uma tragédia humanitária, é interessante observar como os governadores estaduais têm exercido liderança, ressignificando suas atribuições e nosso pacto federativo.
Quarto, e talvez o mais promissor, seja a amplificação do gozo, do prazer e da vitalidade advinda da crise. Se a dor é o grande poder transformador, no Brasil, o absurdo catalisa nossa transformação e gozo de maneira intensa. Somos caracterizados pela alegria de viver.
É verdade que essa afirmação da alegria na identidade nacional sempre nos ajudou a jogar para baixo do tapete nossas partes mais feias: a desigualdade abissal, a injustiça, e toda essa sentimentalização das trocas desiguais que termina, no fim do dia, perpetuando a opressão ao longo de nossa história. Não se trata, portanto, de mitigar ou diminuir a dor e o absurdo que essa crise nos causará. Mas, a julgar pela forma com que a cidade do Rio de Janeiro lidou com o final da gripe espanhola, fazendo aquele que talvez tenha sido o maior carnaval da cidade, não duvido que esse encontro, tão agressivo, com o componente trágico da experiência humana, nos ajude a reencontrar e cultivar o assombro dionisíaco, tão presente em nós.
Me parece que a conciliação entre meus professores de economia política das crises parece estar na dose: existe um espaço de transformações épicas na produção, na cultura e na política. Mas a imobilidade e deterioração de outros elementos que sustentam nosso modo de vida preocupam, e muito. Não há razão para crer, sobretudo nos países em desenvolvimento, que a resposta macroeconômica estará à altura do desafio. Tampouco tenho a esperança de que a crise atual nos salve do aprofundamento do autoritarismo que hoje vivemos.
Talvez, as maiores lições deste curso do qual tanto gostei mas que pouco entendi para o momento histórico que vivemos não tratem da economia política, mas do que está ao alcance de todo ser humano enquanto sujeito político: de Rodrik, o compromisso com a diversidade de histórias e perspectivas que precisamos para entender o novo. Se para quem possui apenas um martelo, tudo é prego, precisaremos de uma ampla caixa de ferramentas para lidar com este momento. Muitas dessas ferramentas, nos serão estranhas. É preciso acolhê-las.
De Mangabeira, resta a forma que sua prescrição, sobre como devemos viver, toma no nível micro. Diz o professor:
amar a alguém, e ser movido por uma visão que define uma tarefa clara no mundo são os dois eventos fundamentalmente decisivos que um ser humano pode experimentar.[7]
Operando tais tarefas, afirma, nos tornamos mais divinos enquanto nos tornamos mais humanos. Nosso controle sobre o todo é extremamente pequeno. Nosso controle sobre estes dois eventos, imenso. Usemos desse tempo para amar mais: a nós mesmos, às nossas famílias, a todos os seres humanos. E nos concentremos nas tarefas que nos são dadas, nesse momento de crise em que podemos ser protagonistas no moldar da argila do mundo. Não há tempo a perder.
Arthur Aguillar é Pesquisador do Instituto de Estudos para Políticas da Saúde. Economista formado pela PUC-Rio e mestre em desenvolvimento internacional pela Harvard University. Dedica-se à fronteira entre o Desenvolvimento, a Gestão Pública e a Pesquisa Aplicada.
[1] Camus, A., & Pradel, J. (1942). Le mythe de Sisyphe (Vol. 179). Paris: Gallimard.
[2] O Curso está todo disponível no site do Professor Unger: http://www.robertounger.com/en/2017/02/07/political-economy-after-the-crisis-spring-2017/
[3] Tavares, G. M. (2012). Breves notas sobre ciência: Breves notas sobre o medo; Breves notas sobre as ligações:(Llansol, Molder e Zambrano). Relógio d’Água Editores.
[4] Rodrik, D. (2015). Economics rules: The rights and wrongs of the dismal science. WW Norton & Company.
[5] Rodrik, D. (2011). The globalization paradox: democracy and the future of the world economy. WW Norton & Company.
[6] https://valor.globo.com/opiniao/coluna/a-covid-19-vai-recriar-o-mundo.ghtml
[7] Roberto Mangabeira Unger – “Beyond The Small Life: A Letter to Young People”. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=pdb-GTjggTg