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onde as carnes se secam

setembro, 2015

onde as carnes se secam
em meio às pocinhas da terra
encharcada a gotas de sal

a serem pisadas
vez ou outra por quem tem fome
há grama
que cresce
há flores ainda por cima

vão nascendo ali
estas sempre-vivas chegadas
de pra lá do varal

*

então cata-se

o mato apertado com
as duas mãos
as duas mãos contra o peito

junta-se fácil a palha
e junto se vão gravetos e alguns talinhos
daqueles doces quando
se mastiga

e põe-se um cabo ali
é tudo amarrado
a voltas e nós
de sisal

já que o pó chama
pra lá da porta
ou então neve quando não aqui

pra lá e pra cá
se ganha caminho –
passagem feita só a passos –

e o assobio cantarola à vida
de alguém querido
arinushka talvez
ou tão só
quem vem ao lado

 

 

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