onde as carnes se secam
em meio às pocinhas da terra
encharcada a gotas de sal
a serem pisadas
vez ou outra por quem tem fome
há grama
que cresce
há flores ainda por cima
vão nascendo ali
estas sempre-vivas chegadas
de pra lá do varal
*
então cata-se
o mato apertado com
as duas mãos
as duas mãos contra o peito
junta-se fácil a palha
e junto se vão gravetos e alguns talinhos
daqueles doces quando
se mastiga
e põe-se um cabo ali
é tudo amarrado
a voltas e nós
de sisal
já que o pó chama
pra lá da porta
ou então neve quando não aqui
pra lá e pra cá
se ganha caminho –
passagem feita só a passos –
e o assobio cantarola à vida
de alguém querido
arinushka talvez
ou tão só
quem vem ao lado