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Diálogos dos Bichos

Dialogues de Bêtes

1904

abril, 2015

Um dos primeiros livros da escritora francesa Colette, “Dialogues de Bêtes” é um texto em forma teatral publicado em 1904. Extremamente ousada, tanto na vida quanto na obra, Colette lançou mais de 50 volumes, tornou público seus relacionamentos bissexuais, escandalizou a França com cenas homoeróticas nos palcos do Moulin Rouge e foi a primeira mulher a receber homenagens póstumas do governo de seu país. “Dialogues” introduz com muita liberdade, em sete diálogos entre um cão e um gato, temas que voltam a aparecer ao longo de toda sua trajetória. O cenário da campagne, a inspiração biográfica entre Ela, o gato e o bulldog da própria Colette são um presságio do caráter regionalista e autobiográfico recorrente em vários de seus escritos posteriores.

No que se refere à presente tradução, gostaríamos de destacar a dificuldade de verter para o português o nome do gato-protagonista, “Kiki-la-Doucette”, cujo significado pode ser tanto um substantivo no diminutivo derivado do adjetivo doux, como um tipo de alface (valeriana) ou uma espécie de traça. O significativo é Colette ter escolhido justamente um epíteto feminino para nomear um gato macho, cuja intimidade da relação com o personagem Ele, como fica claro em cada um dos sete diálogos, aparece de forma, no mínimo, ambígua. Esta tradução se refere ao 3º diálogo, “Le diner est en retard”, e tem como base a edição de 1962 do Club français du livre com ilustrações de Patrice Molinard. Já a foto de capa é uma imagem de Colette em uma de suas apresentações, pois além de escritora foi também atriz e mímica.


 

PERSONAGENS

KIKI-LA-DOUCETTE, gato Chartreux
TOBY-CÃO, bulldog malhado
ELE, senhor de menor importância
ELA, senhora de menor importância

O JANTAR ESTÁ ATRASADO

Uma sala em uma casa de campo. O fim de um dia de verão. Kiki-la-Doucette, Toby-Cão, tiram uma soneca, orelhas tremendo, pálpebras obstinadamente fechadas. Kiki-la-Doucette abre um pouco seus olhos cor de uva-passa e boceja mostrando sua feroz boca de pequeno dragão.

KIKI-LA-DOUCETTE, insolente – Você está roncando.

TOBY-CÃO, que não dormia pra valer – Não, é você quem ronca.

KIKI-LA-DOUCETTE. – De forma alguma. O que eu faço é ronronar.

TOBY-CÃO. – É a mesma coisa.

KIKI-LA-DOUCETTE, com desprezo – Deus do céu! Ainda bem que não. (Momento de silêncio.) Estou com fome. Não se ouve os pratos no outro cômodo. Agora não é hora de jantar?

TOBY-CÃO, se levanta e alonga aos poucos as patas dianteiras pra fora. Boceja vertendo sua língua heráldica de ponta enrolada. – Não sei. Estou com fome.

KIKI-LA-DOUCETTE. – Onde Ela está? O que houve que você não anda escondido nas barras da saia dela? colette 1 TOBY-CÃO, constrangido, roendo as unhas – Ela está no jardim, eu acho. Ela foi colher ameixas.

KIKI-LA-DOUCETTE. – Aquelas bolas amarelas que caem na orelha? Conheço bem. Você então a viu? Ela brigou com você, eu aposto. O que foi dessa vez?

TOBY-CÃO, constrangido, contorce sua enrugada cara de sapo – Ela disse pra eu voltar pro salão, porque… porque eu também estava comendo as ameixas.

KIKI-LA-DOUCETTE. – Bem feito! Você tem um gosto vulgar – gosto de homem.

TOBY-CÃO, ofendido – Olha quem fala, não sou eu quem come peixe estragado!

KIKI-LA-DOUCETTE. – Você lambe as coisas mais nojentas.

TOBY-CÃO. – O que por exemplo?

KIKI-LA-DOUCETTE. – As coisas… que ficam no caminho… eca!

TOBY-CÃO. – Sei. O nome disso é “sujo”.

KIKI-LA-DOUCETTE. – Você deve estar se confundindo.

TOBY-CÃO. – Não. Quando eu cheiro um, maravilhosamente bem enrolado, sem defeito algum, Ela vem pra cima de mim com a sombrinha no ar e grita: “Sujo!”

KIKI-LA-DOUCETTE. – E você não tem vergonha?

TOBY-CÃO. – Por quê? Essas flores do caminho são um deleite pro meu nariz sutil e pra minha língua voraz. Mas algo que eu nunca vou entender é como você treme todo quando vê uma rã morta ou aquela planta, sabe…

KIKI-LA-DOUCETTE. – A valeriana.

TOBY-CÃO. – Deve ser. Plantas só servem de purgante.

KIKI-LA-DOUCETTE. – Diferente de você, eu não penso em coisas sujas. A valeriana… você não entenderia… Eu vi, Ela, rir e ficar tonta assim como acontece comigo com a valeriana, depois de esvaziar uma taça que fedia a vinho… Já a rã morta parece uma bolsa de couro em formato de rã. O seu interior abriga um musgo raro que gosto para perfumar os meus pêlos. colette 2 TOBY-CÃO. – Você fala demais… Mas Ela te xinga e diz que depois disso você fica fedendo, e Ele a mesma coisa.

KIKI-LA-DOUCETTE. – Não são nada além de Duas-Patas, um e outro. Você os imita, pobre ser, e se diminui dessa forma. Fica de pé nas patas traseiras, usa roupa quando chove, come – eca – as ameixas e essas grandes bolas verdes que às vezes caem das mãos malvadas das árvores, quando estou passando por baixo…

TOBY-CÃO. – As maçãs.

KIKI-LA-DOUCETTE. – Provavelmente. Ela as colhe e joga pra longe, gritando: “Maçã, Toby, maçã!”, e você rola de maneira indecente como um louco, com a língua e os olhos pra fora, até perder o fôlego…

TOBY-CÃO. – franzindo, com o fucinho apoiado nas patas. – Cada um faz o que gosta.

KIKI-LA-DOUCETTE, bocejando mostra seus dentes pontiagudos e o veludo seco e rosado do céu da boca. – Estou com fome. O jantar com certeza está atrasado. E se você fosse atrás dela?

TOBY-CÃO. – Não quero me atrever. Ela me proibiu de voltar. Ela está lá no fundo do quintal, com uma grande cesta. O orvalho cai e molha seus pés, o sol se põe. Mas você sabe como Ela é: Ela se senta no chão molhado, fica olhando o vazio como se estivesse dormindo; ou então se deita de bruços, assobia e segue uma formiga pela grama; ou arranca um punhado de tomilho e cheira; ou chama os passarinhos que de uma forma ou de outra nunca vêm. Ela entorna um pesado regador, com mil fios de prata gelados que me dão calafrios, nas rosas e nos buracos dos pequenos tanques de pedra que ficam atrás do bosque. Eu imediatamente me inclino pra ver a cara do bulldog cheio de manchas que vem ao meu encontro, e pra beber a imagem das folhas, mas Ela me puxa pela coleira: “Toby, essa é a água dos pássaros!”. Ela abre seu canivete e quebra as avelãs, cinquenta avelãs, cem avelãs, – e se esquece do tempo. Isso não tem fim. colette 3 KIKI-LA-DOUCETTE, irônico – E você, durante esse tempo todo?

TOBY-CÃO. – Eu? Ué! Fico esperando.

KIKI-LA-DOUCETTE. – Admirável!

TOBY-CÃO. – Algumas vezes, agachada, determinada e suada, Ela escava a terra, com esforço, e eu me animo todo na felicidade de fazer uma tarefa útil que sei bem. Mas seu pobre olfato a engana; Ela foge dos falsos buracos onde eu não sinto cheiro nem de topeiras nem de ouriços-de-pata-rosa. Quem pode explicar tanta falta de razão? Logo quando se abaixa no chão, Ela arranca uma planta cheia de raízes cabeludas e grita: “Eu peguei a sem-vergonha!”. Eu, por outro lado, vibro quando me deito na grama molhada. Em qualquer parte da terra que eu coloque o nariz – Ela diz focinho – consigo reconhecer os mais complicados cheiros… Você saberia distinguir três, quatro odores misturados, confusos, unidos? O da topeira de uma lebre que passou rapidamente, ou um outro de um pássaro que só parou pra descansar…

KIKI-LA-DOUCETTE. – É claro que eu consigo. Meu nariz reconhece tudo. Ele é pequeno, regular, vasto entre meus dois olhos, delicado na ponta das minhas narinas de camurça. O leve toque da grama, o menor sinal de fumaça me faz cócegas até espirrar. Ele não se presta a distinguir o cheiro de topeiras misturadas com lebres, foi isso que disse? Mas com meu nariz – Ela diz “seu lindo narizinho de pelúcia” – posso desfrutar durante muito tempo os traços deixados por um outro gato no arbusto…. Eu tenho um nariz muito charmoso. Não há sequer um dia, desde o momento em que abri meus olhos, que alguém não faça um sincero elogio sobre meu nariz. Já o seu… é uma trufa enrugada. E por que ele se mexe dessa forma ridícula? Mesmo agora enquanto falo com você…

TOBY-CÃO. – Estou com fome. Não escuto o barulho dos pratos.

KIKI-LA-DOUCETTE. – Esse seu nariz de trufa fica se mexendo pra cima e pra baixo, dobrando sua cara e enrugando ainda mais as rugas do seu focinho mal esquadrinhado.

TOBY-CÃO. – Ela diz: “seu focinho quadrado, seu nariz enrugado” com tanto carinho!

KIKI-LA-DOUCETTE. – … E você não sonha com nada além de comida.

TOBY-CÃO. – É o seu estômago vazio que ronca, se queixa e me incomoda. colette 4 KIKI-LA-DOUCETTE. – Meu estômago é um charme.

TOBY-CÃO. – Não é não. O seu nariz que é, você já disse.

KIKI-LA-DOUCETTE. – Meu estômago também. Nenhum outro é tão fino, tem tantos caprichos e é tão forte e delicado ao mesmo tempo. Ele digere a espinha do linguado, os pedaços de osso do frango. Mas carne suspeita é de virar o estômago. Literalmente.

TOBY-CÃO. – Literalmente mesmo. Você tem uma indigestão intensa.

KIKI-LA-DOUCETTE. – Sim, toda a casa se agita. É que nos primeiros tormentos da nâusea uma grande aflição toma conta de mim, a terra cede sob meus pés. Meus olhos dilatam e engulo com pressa grandes quantidades de uma saliva salgada, enquanto isso me escapam gritos involuntários de ventríloquo… Então essa minha parte lateral incha muito mais que a das gatas em trabalho de parto, logo em seguida…

TOBY-CÃO, com nojo – Se não se importa, o resto você me conta depois do jantar.

KIKI-LA-DOUCETTE. – Estou com fome. Onde será que Ele está?

TOBY-CÃO. – Ali no escritório. Ele está arranhando papel.

KIKI-LA-DOUCETTE. – Sim, como sempre. É um jogo. Os Duas-Patas se divertem com as mesmas coisas, o tempo todo. Assim como Ele, eu já tentei arranhar suavemente o papel. Mas é um prazer que dura pouco. Eu prefiro o jornal picado com barulho e seus vários pedaços voando por aí. De qualquer forma, em cima da mesa d’Ele tem um potinho com uma água roxa e lamacenta. Não foi sem horror que eu senti o cheiro, desde que mergulhei minha pata com uma curiosidade um tanto quanto inconsequente. Essa pata que você está vendo, – aristocrata e forte, dotada entre os dedos de uma vã pelugem que proclama a pureza da minha raça, – essa pata ficou durante oito dias com uma mancha azulada, e só muito devagar foi perdendo o cheiro degradante de aço corroído por suco ácido…

TOBY-CÃO. – E serve pra que esse potinho?

KIKI-LA-DOUCETTE. – Ele bebe. Não há duvidas. Silêncio

TOBY-CÃO. – Ela ainda não voltou. Tomara que Ela não esteja perdida, como um dia aconteceu comigo nas ruas de Paris!

KIKI-LA-DOUCETTE. – Estou com fome.

TOBY-CÃO. – Estou com fome! O que a gente vai comer à noite?

KIKI-LA-DOUCETTE. – Eu vi um frango. Deu um grito brutal e seu sangue vermelho caiu na cozinha. Fez mais sujeira que xixi de gato, e até mesmo de cachorro; ainda assim ninguém bateu nele. Mas a Emília o enfiou no forno pra lhe ensinar uma lição. Eu lambi um pouco do sangue…

TOBY-CÃO, boceja – Frango…. Me dá água na boca. Ela vai me dizer: “T’osso, Toby!” e vai me jogar a ossada… colette 5 KIKI-LA-DOUCETTE. – Como você fala mal! Ele diz “Tem um osso pra ti”.

TOBY-CÃO, surpreso – Mas… não, eu posso garantir que é “T’osso” que Ela fala…

KIKI-LA-DOUCETTE. – Ele fala melhor que Ela.

TOBY-CÃO, incompetente – É? Me diz uma coisa, os pássaros, eles tem gosto de frango?

KIKI-LA-DOUCETTE, cujos olhos brilham de repente – Não… É melhor… é vivo! Dá pra sentir tudo se quebrando no meio dos dentes, o passarinho tremendo, as penas quentes, os miolos deliciosos…

TOBY-CÃO. – Ah! Você me dá nojo! Todos os bichos, quando incomodados assim, me dão pena. Sem falar que os passarinhos são tão amáveis…

KIKI-LA-DOUCETTE, ríspida – Não acredito nisso, eles só são bons de comer. São seres barulhentos, metidos, estúpidos. Apenas comida… Você conhece as duas gralhas? colette 6 TOBY-CÃO. – Não muito bem.

KIKI-LA-DOUCETTE. – As duas gralhas do bosque. Elas riem, soltando seus pios sardônicos quando eu passo, por causa do sino que carrego no pescoço… Levanto minha cabeça com firmeza e gentilmente colo minhas patas no chão, o sino toca, e as duas criaturas gargalham no alto do pinheiro… Ah, quando eu pegá-las!… Ele deita de lado suas orelhas e levanta os pêlos ao longo de todas as costas.

TOBY-CÃO, pensativo – Com certeza, tem horas que eu não te reconheço. Estamos conversando de forma tranquila e de repente você fica eriçada como um limpador de garrafas. Brincamos amigavelmente, eu lato au au au atrás de você pra dar umas risadas, e do nada, não se sabe por quê, talvez porque meu nariz raspou na sua pelagem estufada feito uma calça larga, você se transforma numa fera cuspindo fogo, e me ataca como se eu fosse um cão desconhecido! Não é isso que se chama de mal caráter?

KIKI-LA-DOUCETTE, misterioso, com os olhos quase fechados – De forma alguma. Caráter, apenas. Caráter de Gato. Em tais momentos quando estou irritado é que sinto, sem a menor dúvida, a humilhante situação a que estamos submetidos, eu e todos da minha raça. Ainda me lembro do tempo em que sacerdotes com suas longas túnicas de linho falavam curvados conosco, e tentavam, tímidos, entender nossa fala musicada. Saiba, cão, que nós não mudamos! Talvez alguns dias eu pareça mais comigo mesmo, e justamente por isso tudo me ofende. Um gesto brusco, um riso grosseiro, uma porta batida, o teu cheiro, a impensável audácia com que você me toca e avança dando voltas ao redor de mim…

TOBY-CÃO, com paciência, para si mesmo – Ele está tendo uma crise.

KIKI-LA-DOUCETTE, estremecendo – Você escutou?

TOBY-CÃO. – Sim, a porta da cozinha. E essa é a da sala de jantar. Agora a gaveta das colheres… Até que em fim! Ah! (Ele boceja.) Eu não aguentava mais. Mas cadê Ela? Não ouço o cascalho fazer barulho; a noite está caindo.

KIKI-LA-DOUCETTE, irônico – Vai atrás dela. colette 7 TOBY-CÃO. – E Ele? Normalmente fica todo preocupado e pergunta: “Onde é que ela está?”. Ele continua arranhando o papel. Já deve ter bebido toda a água violeta do potinho enlameado. (alonga com cuidado as patas, começando pelas da frente.) Ah! Estou me sentindo leve e muito bem! Vamos comer. Sinta a fumaça cheirosa que escapa por baixo da porta. Vamos brincar!

KIKI-LA-DOUCETTE. – Não.

TOBY-CÃO. – Corre e eu corro atrás sem te encostar.

KIKI-LA-DOUCETTE. – Não.

TOBY-CÃO. – Por quê?

KIKI-LA-DOUCETTE. – Porque eu não quero.

TOBY-CÃO. – Ah! Como você é chato. Olha só como eu pulo, como viro meu pescoço feito um cavalo e tento pegar minha cauda, eu giro e giro… Meu Deus! O quarto vira comigo… Não, pronto, acabou.

KIKI-LA-DOUCETTE. – Que ser insuportável!

TOBY-CÃO. – Insuportável é você! Se segura firme, vou correndo na sua direção como Ela faz quando está de bom humor, dizendo “Ah gato!”

KIKI-LA-DOUCETTE, continua parado, diante de Toby que se vira, abre a parte debaixo das patas com manchas de rosa e preto mais parecendo uma flor cheia de espinhos – Se você se atrever!

TOBY-CÃO, alucinado – Sim, eu me atrevo! Au au au! Ah gato, ah gato!

Kiki-la-Doucette, desesperado, espumando, aos pulos se agarra na toalha da mesa. A toalha cai lentamente, derrubando a luminária e vários bibelots. Silêncio assustador. Os dois bichos, escondidos debaixo de uma poltrona, aguardam o castigo…

ELE, surge na porta do escritório, com a caneta na boca feito um freio de cavalo – Deus do céu! O que foi dessa vez? Um maldito zoológico com tudo de cabeça pra baixo. Cadê a Senhora? Que droga! O jantar nunca fica pronto na hora… (etc., etc., etc.)

Os dois culpados, sabendo que tais ataques são inofensivos, continuam parados como duas pantufas, se olham e riem através das franjas da poltrona. A porta do jardim se abre. Ela entra, a cesta cheia de ameixas cheirosas, as mãos meladas da fruta, o cabelo nos olhos. Ela para perplexa diante do desastre.

ELA. – Ah… Eles brigaram de novo! Esses bichos não prestam! (Sem convicção) Eu vou dar eles pra alguém, vou vendê-los, vou matá-los… Mas os dois bichos, rastejando com uma humildade exagerada vão até Ela e falam ao mesmo tempo.

KIKI-LA-DOUCETTE. – Rrrrrrr…. Rom-rom… Enfim… já era tarde… O Toby quem me atacou, ele que quebrou tudo… Acho que foi a falta de comida que deixou ele delirando. Você está cheirando bem à grama e ao entardecer. Você se sentou na planta de tomilho. É… Fala pro seu Mestre, pra Ele me levar nos ombros até a carne que vai ficar cozida demais. Você vai cortar muito rapido o frango, não é? Você vai me dar a pele tostada? Se você quiser eu estico minha pata em direção ao prato como se fosse uma colher, pego os menores pedacinhos e trago até minha boca, nesse gesto humano que faz vocês tanto rirem, Você e Ele. Vem… colette 8 TOBY-CÃO. – Hum… hum… Finalmente! É tão chato sem você por aqui. Você me exilou, não me ama mais… A luminária caiu sozinha. Isso. Estou com fome. Mas posso sem problemas não jantar se você prometer me levar sempre com você, onde quer que você vá. Mesmo durante o pôr-do-sol que me deixa triste eu vou te seguir feliz, meu nariz grudado no rabo da sua saia…

ELA, desarmada e indiferente ao cataclisma – Olha só, como eles são lindos!

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