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literatura

Fábulas Pánicas

Alejandro Jodorowsky (Chile, 1929-) é um multiartista de origem chilena-judío-ucrâniana que atualmente possui nacionalidade francesa e vive em Paris. Sua obra passeia pelas artes visuais e narrativas. Escreveu livros, dirigiu filmes e obteve muito sucesso escrevendo e desenhando HQs, muitas vezes em colaboração com outros artistas gráficos.No final da década de 60, quando Luis Spota dirigia a sessão de cultura da revista El Heraldo de México, Jodorowsky ofereceu a ele uma colaboração semanal no formato de quadrinhos. Spota topou e entre 4 de junho de 1967 e 30 de dezembro de 1973 foram publicadas semanalmente tirinhas com um alto tom fabuloso que o autor intitulou de Fábulas Pánicas (Fábulas do Pânico em espanhol), tema e título que então atravessava algumas outras obras de Jodorowsky na época.

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Domingo de sol

Naquele dia era um domingo de sol. Na semana anterior, o chefe da Vila tinha arranjado um caminhão de sardinha. Marcos, meu irmão mais velho, que tinha ido pegar. Chorei por não ter sido deixada ir também. Queria entrar na fila não por querer pegar a sardinha. Queria conhecer o

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Povos Tradicionais do Norte de Minas (Parte 1)

Os Povos Tradicionais são internacionalmente reconhecidos como guardiões da biodiversidade do planeta. No Brasil, estes povos estão gravemente ameaçados pelos ataques impiedosos e violentos do neoliberalismo e das elites entreguistas e colonizadas. No norte de Minas Gerais não é diferente e a resistência segue firme e forte, produzindo alimentos e

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A Vista da Sra. Thompson

David Foster Wallace foi um escritor e ensaísta americano que escreveu proficuamente sobre cultura popular e a vida cotidiana. Nesse ensaio publicado primeiramente na revista Rolling Stones americana, o autor reconta como em formato de diário a sua reação ao 11 de setembro de 2001, e os ataques terroristas aos

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à procura de entrelinha

Quando isso a que chamo de desejo de escrita anunciava-se em mim, antigamente, é o que vou começar a tentar dizer. Destino infalível de mim, quase mulher que inspira ar de delírio enquanto minhas narinas encontram-se irritadas com tanto tabaco que ando a consumir nesses dias descontentes de calor e pouca fruição.

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o segredo da voz

o primeiro canto que eu me lembro de ter parado para escutar foi o da cigarra. toco de gente pelada, à beira do poção onde nós meninos virávamos peixes sedentos em meio à algazarra. eu devia ter uns três anos ainda, mas tenho bem presente em meu corpo aquele som riscando os ouvidos: sim, com meu corpo todo que me lembro daquele momento, pois o zunido me atravessava por inteiro, e assim tive minha primeira vibração, minha ressonância inicial. a partir de então, percebi que alguns sons me punham como que em transe.

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a quarta estação

eram ferozes, feras ferozes, que vinham sentiam o piscar dos olhos, as pálpebras dobrando, arrefecendo. nisso que saíram, aos poucos, casais de muitos tipos, os dentes sobrando pra fora, a boca mordida pra dentro, lábios carnudos. vultos ou sombras, aquilo que se espiava, o mudo o mudo barulho que se ouvia.

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Sonho de uma flauta

– Toma – disse meu pai, e entregou-me uma pequena flauta de osso – leva isso e não esqueças teu velho pai, quando alegrares com tua música as pessoas nas terras distantes. Já é tempo de agora veres o mundo e aprenderes alguma coisa. Mandei fazer a flauta para ti, porque não sabes nenhum outro ofício e só gostas de cantar.

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Excertos

Autora chilena nascida em 1910, Maria Luisa Bombal é uma das poucas autoras latino-americana a conseguir prestigio fora do círculo da sua língua nativa. Grande amiga de Jorge Luis Borges, seus romances, sempre curtos, evocam uma atmosfera onírica e fantástica.

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Texto e História

Enquanto o scholarship acadêmico se perde por exemplo em discutir se Gregório foi plagiário de Gôngora e Quevedo (plagiário, um poeta do qual não se conhecem manuscritos autógrafos, por ter traduzido para o português o intrincado labirinto gongorino, quando um dos brasões de glória de Ungaretti é ter feito coisa semelhante para o italiano? Um poeta que compreendeu tão bem, com aquela “imaginação funcional” ou “sintagmática” de que fala Roland Barthes, a matriz aberta do barroco, que soube recombinar ludicamente em nossa língua, num soneto autônomo – verdadeiro vértice de um sutil “diálogo textual” – versos-membros de diferentes sonetos do poeta cordovês?

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