Tentei aparar com as mãos
o som da água nascente que corria
e vi sua trança cristalina
avançar no mundo
corrente e perseverante
a água seguia constante
o seu fluxo de vida
Nela somavam-se
pequenas pedras
pedaços de folhas
memórias de outras vidas
da fauna que pelo caminho aflora
Soltei as mãos sobre o colo
e nelas as gotas luziam
a presença do tempo passado
na lembrança úmida que elas continham