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verso

Mareorama

uma coluna tão reta
às 11 da manhã
numa praia deserta
porque é dia de semana
é um convite a matar
todas as aulas

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Hoje à tarde fez sol mas é noite e chove

Meditamos sobre a morte e permanecemos atentos
ao uivo da noite. Todos os dias acordamos e,
como se olhássemos o mundo, abrimos a janela
do quarto, a cortina da sala. Do outro lado os
prédios, as ruas, os cabos telefônicos. Do outro
lado as praças, as praias, os carros…

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TSUNAMI

Quando o tsunami chegou como sempre sem ser anunciado
eu levava na mochila o ‘Óleo das horas dormidas’ do Leo, livro que aliás o Leo tinha me mostrado logo após uma onda
estranha que também havia levado alguns de seus pertences

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lajeado

uma lua de nuvem
no sol das águas
enquanto propago
palavras em bolhas

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o iniciado II

quem te dá nome
te fere te fura
nem fome oferece
nem some figura
que mundo ignora
não cora não cura
madeira que seca
num fundo ternura
te cheira e consome
te peca insegura

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Os Rumos da História in A Minor op. 9 no 1

Churchill faz pizza de mussarela
e distribui aos ratos de nova iorque.
Aristoteles corta os pulsos,
não quer mais viver.
Levi-Strauss enlouqueceu,
mas não deixa de tomar café
na quinta avenida às 3 p.m em ponto.

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Poema

diríamos: pedra sobre
pedra, um gesto – animal
feroz que dissimula as
mordaças. eu pousaria
minha testa sobre a
tua. diríamos: névoa
embaraçosa, ferro
sobre fogo, uma tosse
durante o dia, um
embalo prosaico à tarde.

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Dada

Se perdeu entre outras linhas
Retas, curvas, sobrepostas, cruzadas
Tangentes à razão e à insanidade

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2 poemas

é o menino
que pra onde foi menino?
da mesma mãe de palavras
e por tantas outras
talvez sim menino
plural dele mesmo
fugiu de sua casa
tinha lá as suas coisas
de brinquedo
de menino

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