Alejandro Jodorowsky (Chile, 1929) é um multiartista de origem chilena-judío-ucrâniana que atualmente possui nacionalidade francesa e vive em Paris. Sua obra passeia pelas artes visuais e narrativas. Escreveu livros, dirigiu filmes e obteve muito sucesso escrevendo e desenhando HQs, muitas vezes em colaboração com outros artistas gráficos.
Por possuir tantas facetas no mundo das artes, há várias maneiras de se chegar a obra de Jodorowsky. A quem interessa o esoterismo, seu livro “O Caminho do Tarot”, escrito em parceria com Marianne Costa, talvez seja a porta de entrada. A quem se interessa por cinema, “A Montanha Sagrada”, de 1973, é uma de suas principais referências como cineasta. Mas existem outras maneiras de se chegar ao autor, por sua poesia, por suas peças de teatro, por seus ensaios sobre psicologia associada a outras fontes de conhecimento.
No entanto, o próprio autor coloca que foi no universo criativo dos quadrinhos que ele encontrou suas maiores satisfações, tanto artísticas quanto econômicas. “Alimenté a mis 5 hijos y gané mucho dinero. El cómic es un arte industrial, una carrera, un negocio y a la vez un arte maravilloso. En Francia el cómic se considera como algo cultural.”
No final da década de 60, quando Luis Spota (jornalista mexicano) dirigia a sessão de cultura da revista El Heraldo de México, Jodorowsky ofereceu a ele uma colaboração semanal no formato de quadrinhos. Spota topou e entre 4 de junho de 1967 e 30 de dezembro de 1973 foram publicadas semanalmente tirinhas com um alto tom fabuloso que o autor intitulou de Fábulas Pánicas (Fábulas do Pânico, em espanhol), tema e título que então atravessava algumas outras obras de Jodorowsky na época.
A USINA selecionou algumas tirinhas iniciais dessa coleção, que compreendem o período do primeiro ano de publicação.