“Quando disseram, a praga foi embora, uns gritaram versos bíblicos, outros festejaram dançaram etc, todos todas felizes alegres, extasiadas. Diziam: agora seremos plenos, realizadas, agora saberemos o que fazer. Nos primeiros dias acordaram assim mesmo, e se espreguiçaram com determinação. Nos segundos já começaram os ruídos, vocês sabem – é natural que isso aconteça. e quando digo é natural quero dizer, é deus. E quando digo é deus quero dizer, é mistério. E quando digo mistério quero dizer, é nada. Quando digo nada quero dizer – amém. No terceiro nasceu a flor, a evidência: ninguém queria saber de nada nenhum. Mentira, talvez seja exagero”. O velho professor parou de falar, sem tempo de nada: um macaco que estava na aula puxou sua barba para baixo e todas as crianças riram até doer a barriga.
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Um dia depois do dilúvio
julho, 2025


Irene Baltazar

Alice Nin

Ricardo Braga