A lâmina deitada – tipicamente aço –
perfura o gentílico das névoas, fomenta crenças
no sermão da impossibilidade – ali está o cristo enfraquecido,
aberto por detrás da mão de deus.
Nós, pequenos habitares entremontes,
olhamos ao redor e padecemos de Oeste,
vamos aceitando a inação, a tenra terra incauta.
Para movermos, precisamos de algo que compele,
um instrumento de tração com acabamentos
invisíveis.
Precisamos caminhar acreditando
nas bases – interseções traçadas em papel.
(na transversal,
a forte coluna de ar
permite encontros em
meio ao esquecimento)
Sem acesso ou clareza às entranhas,
desconhecemos os limitadores de velocidade,
painéis seletores, quadros de comando,
planejamentos e motores,
e na ignorância dos próprios passos,
não creditamos à casa das máquinas seu
verdadeiro encargo:
fazer andar,
mover o tempo.