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Mobiles e Stabiles de Alexander Calder

abril, 2024

Fotografia de Agnès Varda: 'Calder with 21 feuilles blanches (1953)', Paris, 1954

Alexander Calder (1898-1976) foi um escultor e pintor norte americano famoso por suas esculturas cinéticas, também conhecidas como mobiles, e por grandes esculturas públicas em ferro. Nascido na Pensilvânia, Estados Unidos, ele teve uma carreira artística de grande sucesso, com obras inovadoras que influenciaram gerações de artistas.

Calder era neto e filho de pais artistas, o pai também escultor e a mãe pintora, convivendo com esse universo desde jovem. Apesar disso, seus pais não queriam que o filho também se tornasse artista e portanto ele estudou engenharia, trabalhando por alguns anos com engenharia hidráulica e automobilística e como bombeiro em um navio. 

Aos 25 anos, decide se voltar para as artes, mudando para Nova Iorque e se matriculando em uma escola de artes. Posteriormente, se muda para Paris. 

Calder convive com artistas como Miró, Léger, Duchamp e Modrian. Passa a criar esculturas abstratas e cinéticas, movidas inicialmente por manivelas e motores, e depois por correntes aéreas. Os mobiles são peças complexas, apesar da aparência simples, e para que os movimentos aconteçam, contam com sistemas de pesos e contrapesos para garantir o ritmo e o movimento. 

Suas obras móveis são chamadas de “mobiles” e as estacionárias de “stabiles”. Calder explica a diferença entre os dois:

“O mobile tem movimento em si próprio, enquanto o stabile volta para a antiga ideia da pintura, de movimento implícito. Você precisa andar em torno de um stabile ou através dele – um mobile dança na sua frente” (The Artist’s Voice, Katherine Kuh)

Mobilie ‘Mariposa’
Stabile ‘Constellation with Diabolo’

Sobre os mobiles, Sartre disse:

“As forças em ação são demasiado numerosas e complicadas para que qualquer mente humana, mesmo a do seu criador, seja capaz de prever todas as suas combinações. Para cada um deles, Calder estabelece um curso geral de movimento e depois os abandona: o tempo, o sol, o calor e o vento determinarão cada dança particular.”

Posteriormente o artista passa também a fazer grandes esculturas públicas. Os principais materiais usados por ele foram fios de metal, metal e madeira, e suas obras em geral são pintadas com cores primárias, principalmente vermelho. Durante a Segunda Guerra Mundial, Calder teve dificuldade de acesso ao alumínio e usou mais madeira, como pode ser visto em sua série de trabalhos “Constellations”. 

Exposição ‘From the Stony River to the Sky’ em Hauser & Wirth Somerset, 2018.
‘La Grand vitesse’, 1969 – Fotografia: Mary Ann Sullivan, 2003

Calder manteve um diálogo com a arte brasileira e foi amigo do crítico de arte Mário Pedrosa e o arquiteto Oscar Niemeyer. Sua influência pode ser percebida na primeira geração neoconcreta, em artistas como Lygia Clark, Lygia Pape, Abraham Palatnik e Hélio Oiticica, e até nas gerações seguintes.

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