Alexander Calder (1898-1976) foi um escultor e pintor norte americano famoso por suas esculturas cinéticas, também conhecidas como mobiles, e por grandes esculturas públicas em ferro. Nascido na Pensilvânia, Estados Unidos, ele teve uma carreira artística de grande sucesso, com obras inovadoras que influenciaram gerações de artistas.
Calder era neto e filho de pais artistas, o pai também escultor e a mãe pintora, convivendo com esse universo desde jovem. Apesar disso, seus pais não queriam que o filho também se tornasse artista e portanto ele estudou engenharia, trabalhando por alguns anos com engenharia hidráulica e automobilística e como bombeiro em um navio.
Aos 25 anos, decide se voltar para as artes, mudando para Nova Iorque e se matriculando em uma escola de artes. Posteriormente, se muda para Paris.
Calder convive com artistas como Miró, Léger, Duchamp e Modrian. Passa a criar esculturas abstratas e cinéticas, movidas inicialmente por manivelas e motores, e depois por correntes aéreas. Os mobiles são peças complexas, apesar da aparência simples, e para que os movimentos aconteçam, contam com sistemas de pesos e contrapesos para garantir o ritmo e o movimento.
Suas obras móveis são chamadas de “mobiles” e as estacionárias de “stabiles”. Calder explica a diferença entre os dois:
“O mobile tem movimento em si próprio, enquanto o stabile volta para a antiga ideia da pintura, de movimento implícito. Você precisa andar em torno de um stabile ou através dele – um mobile dança na sua frente” (The Artist’s Voice, Katherine Kuh)
Sobre os mobiles, Sartre disse:
“As forças em ação são demasiado numerosas e complicadas para que qualquer mente humana, mesmo a do seu criador, seja capaz de prever todas as suas combinações. Para cada um deles, Calder estabelece um curso geral de movimento e depois os abandona: o tempo, o sol, o calor e o vento determinarão cada dança particular.”
Posteriormente o artista passa também a fazer grandes esculturas públicas. Os principais materiais usados por ele foram fios de metal, metal e madeira, e suas obras em geral são pintadas com cores primárias, principalmente vermelho. Durante a Segunda Guerra Mundial, Calder teve dificuldade de acesso ao alumínio e usou mais madeira, como pode ser visto em sua série de trabalhos “Constellations”.
Calder manteve um diálogo com a arte brasileira e foi amigo do crítico de arte Mário Pedrosa e o arquiteto Oscar Niemeyer. Sua influência pode ser percebida na primeira geração neoconcreta, em artistas como Lygia Clark, Lygia Pape, Abraham Palatnik e Hélio Oiticica, e até nas gerações seguintes.