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Dom Salvador & Abolição

1971

março, 2024

Dom Salvador é um pianista e compositor brasileiro. Nascido em Rio Claro, São Paulo, em 1938, ele se destacou como um dos pioneiros do samba jazz, gênero que mescla elementos do samba brasileiro com o jazz americano. Dom Salvador teve formação em piano clássico e é o caçula de 11 irmãos, muitos dos quais também eram músicos. 

Dom Salvador conquistou sucesso nacional e internacional. Além do grupo Abolição, também formou o Salvador Trio e o Rio 65 Trio. Fez turnês pela Europa e pelos Estados Unidos, onde fez amizade com personalidades como Bill Evans, Thelonious Monk e Sonny Rollyns. Posteriormente se tornou pianista e diretor musical de Harry Belafonte. Em 1977, após se aposentar do cargo com Belafonte, se tornou pianista de um restaurante, o River Café, no Brooklyn, Nova Iorque, onde toca 5 dias por semana há mais de 40 anos. 

O álbum “Som, Sangue e Raça” foi lançado em 1971 e depois recuperado e relançado em 2001 por Charles Gavin. A obra é celebrada pela inovação de adicionar funk ao samba jazz e por ser o primeiro álbum de soul brasileiro. O grupo Abolição foi considerado o embrião do movimento Black Rio.

Dom Salvador e Abolição. Foto: Arquivo pessoal

Em entrevista ao jornalista Marcelo Pinheiro, Dom Salvador falou sobre a repressão a banda: “Se você prestar atenção na capa do disco solo de 1969, verá que estou com o punho direito fechado. Ideia do Hélcio (Milito), em referência aos Black Panthers. Eu nem desconfiava que estava brincando com fogo (risos). Fomos interrogados, no festival de 1970, por causa de nossas roupas e por estarmos descalços. Perguntaram para Mariá o porquê daquele monte de negros vestidos daquela forma e nenhum branco na banda. A resposta dela?: “Por quê vocês não fazem a mesma pergunta para o Antonio Adolfo?! A banda dele não tem nenhum negro e todos eles também vestem roupas extravagantes!”

A banda Abolição era composta por Carlos Darcy (trompete), Oberdan Magalhães (sax-tenor e flauta), Serginho (trombone), Luiz Carlos “Lulu” Batera (bateria e vocal), Rubão Sabino (contrabaixo), Nelsinho (percussão), José Carlos (guitarra) e a cantora Mariá, esposa de Dom Salvador. O disco teve direção musical de Ian Guest.

Depois do lançamento do disco, Dom Salvador & Abolição se tornaram por um tempo a banda de apoio de Elis Regina e de Jorge Ben.

Ed Motta escreveu a música “Um Dom Pra Salvador” para o artista. Em uma entrevista sobre a música, ele diz: “O acorde quartal, que uso no começo do tema, aparece em vários momentos da história do jazz e consequentemente em um dos precursores do gênero no Brasil, maestro Dom Salvador. O Abolição é eternamente moderno.”

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