
No bairro industrial
chegamos ao pomar
Já não há laranjas
digo eu sei e ele, que a culpa é do jaguar
chegamos ao pomar
Já não há laranjas
digo eu sei e ele, que a culpa é do jaguar
Há ou havia um crime
Que já não se diz, talvez lírico
Demais – flor ou projétil:
Patas no peito – o som
Do tambor: roleta russa
Em têmporas
“O todo de um texto ou desenho aparece diante de nós como uma ‘coisa’ assêmica, indecifrável para o intelecto, que não reconhece a linguagem; mas, ao mesmo tempo, pode ser significativo (e, sim, belo) para o … gosto, percepção … solicitando algum tipo de empatia.”
Quando o tsunami chegou como sempre sem ser anunciado
eu levava na mochila o ‘Óleo das horas dormidas’ do Leo, livro que aliás o Leo tinha me mostrado logo após uma onda
estranha que também havia levado alguns de seus pertences
…
Não, não é muito lírico. Nem limpo. O título pesado sugere o que acontecerá. Betoneira é a máquina usada para misturar os materiais que produzem concreto: pedra, água, cimento e areia. E nessas quatro partes é que se divide o segundo livro de poemas de Thiago Cervan.
No epicentro do quarto
um vestidinho azul, decote
perpendicular à língua,
de uma eloquência leitosa e impávida,
com teus seios redondos como dois seios redondos,
duas maçãs mordidas;
…