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conversas

Conversa nº8 – Vidi Descaves
encontrei vidi no ano de 2019, tempo em que aglomerações eram possíveis e prováveis, mas muitas vezes não tão felizes. no anterior tinha feito uma entrevista com ele que, infelizmente, foi deletada depois de um erro de comunicação. não tem problema: o dia era 25 de abril, dois dias depois de São Jorge, revolução dos cravos, grândola vila morena essas coisas e cheguei à casa onde o vidi morava, na costa barros subindo pra santa teresa. era um dia de sol, o céu azul bem azul - agora não lembro se abril costuma ser assim.
Mystic Quest, pintura de Lucas Lugarinho, 2019
vi lucas lugarinho poucas vezes na minha vida, talvez duas ou três. a última delas há aproximadamente cinco anos atrás, no início do processo da USINA impressa. agora, num já longínquo 2019, conversamos à distância, pela internet: ele em algum bairro que não conheço da cidade do méxico e eu em copacabana, na casa do arthur. lugarinho vive no méxico faz uns anos e talvez não seja à toa que nosso contato tenha virtual, como se fizesse mais sentido tratar dessa maneira algo que aparece com frequência em suas meditações: a encruzilhada entre virtual e real, simulação e verdade.
Conversa nº6 – Gabriela Cordovez
encontrei com a gab ali perto do ccbb, em abril de 2018, no mesmo lugar que um tempo antes tinha encontrado o jandir jr. sentamos num banco perto do que um dia foi a pira olímpica e, com calma, conversamos... conheci a gab no início da faculdade, ali no largo de são francisco. ela andava dançando pelos corredores do IFCS. não uma dança óbvia e nem espetacular, muito menos consciente (no seu sentido mais técnico): uma dança que era um andar, um passo atrás do outro - de quem caminha assim mesmo, dançando.
Conversa nº5 – Leonardo Marona
encontrei leo num momento difícil do dificílimo ano de 2018. na semana anterior victor heringer tinha feito a passagem e um ou dois dias depois marielle seria assassinada. cheguei na livraria da travessa de botafogo mais pro final da tarde quase noite. conversamos ali dentro, numa espécie de jardim de inverno muito utilizado pelos fumantes, eu acho. leo joga nas onze e já publicou livros de poesia, conto e romance. além disso, é o cantor da Dibuk Motel e trabalha há anos como livreiro
Conversa nº4 – Adelaide Ivánova
esta entrevista foi feita em dois dias diferentes, com pouco mais de uma semana de diferença entre eles. no dia 31 de julho de 2018, ano da morte de marielle e da queima do museu nacional, encontrei adelaide ivanova em berlim, onde tinha ido para visitar minha mãe. no dia mais quente do ano, fomos, junto com naomi baranek e victinho vasconcellos, ao krumme lanke, um famoso lago da cidade, e talvez o mais agradável de todos. sentamos na areia e, depois de um mergulho, começamos a conversar.
Foto: Wilton Montenegro
no dia sete de maio de dois mil e dezessete eencontrei jandir jr. em frente ao centro cultural do banco do brasil, logo após seu horário de trabalho no museu arte do rio. sentamos num dos bancos bem perto da pira olímpica. observamos uns policiais do exércitos, jovens como nós, andarem em dupla pra cima e pra baixo. quando a noite começou a chegar, iniciamos a gravação. quando a entrevista acabou, atravessamos a rio branco quase por inteira: da presidente vargas à cinelândia e, ao final, nos despedimos na augusto severo. a noite já estava forte, e observamos com calma e cuidado a cidade ao nosso redor.
Conversa nº2: André Aranha
no dia quatro de maio de 2017, no final da tarde, eu e arthur nos reunimos com andré em volta da mesa do centro acadêmico da primeira escola (é o que dizem) de desenho industrial da américa latina. conversamos sobre as possibilidades de experimentação gráfica e liberdade de organização traduzidas no Colaboratório, oficina que, durante alguns poucos anos na ESDI, tentou construir um espaço autogestionado de diálogo e criação, reativando um antigo e abandonado laboratório nas dependências da Escola. lá nos eram disponibilizados alguns interessantes equipamentos, como uma grande guilhotina, uma máquina de serigrafia, uma tipografia, etc. durante algum tempo, o Colaboratório foi um espaço de troca e de construção de outras possibilidades de produção.
Conversa nº1: Aline Besouro
sentamos num canto inexplorado proposto por aline e conversamos. aline gravava algumas de suas telas no colaboratório e interrompeu o trabalho para conceder a presente entrevista. ao som de sopranos e contraltos da escola de música da universidade do brasil, falamos de memória, registro, roupa, civilização, política, arte, identidade... aline é uma presença, e nas diversas vidas que viveu já assumiu diferentes identidades, naquele estilo que drummond cantou: "um jeito só de viver/mas nesse jeito a variedade,/ a multiplicidade toda/ que há dentro de cada um".