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Camerata LeGuiniana

2021

maio, 2025

Artista sonoro carioca, Negalê Jones explorou desde cedo sonoridades experimentais. Em 1996, integrou o grupo Os Afronautas, que fundia eletrônica e percussão, marcando seu interesse por paisagens sonoras não convencionais. Sua pesquisa atual mergulha em ritmos orgânicos, bioeletricidade e etnobotânica, utilizando circuitos eletrônicos para revelar sons ocultos do reino vegetal – como a energia do contato entre mãos e flores ou a condutividade da seiva. Em suas instalações, investiga ainda como frequências sonoras dispersam aromas de ervas curativas, entrelaçando arte, tecnologia e tradição. Foi influenciado pela música concreta, pelos saberes de cura ancestrais e pela mitologia afrodiaspórica, criando uma ponte entre inovação e natureza.  Sua abordagem nasce da observação do movimento das plantas, com projetos que mesclam eletrônica, programação e botânica e tratam o som como matéria moldável, geradora de formas e sensações. “Camerata Lenguiana” é uma obra exemplar de sua trajetória, que brinca com a tradição da música de câmara ao apresentar resultados sonoros de experiências com rochas, liquens e plantas.

“Formada por Planta, Líquen e Rochas, a Camerata LeGuiniana é um conjunto de objetos sonoros eletrônicos, desenvolvidos dentro das linhas de pesquisa da Associação de Therolinguística para revelar a poética de seres não-animais.

No roteiro teremos uma apresentação em 3 partes:

Opus 1 – The Non-Communicative Art of the Plants. O circuito funciona como um polígrafo invertido.Um detector de verdades. Uma pequena voltagem é aplicada e captada na superfície da planta. A resistência elétrica entre os dois pontos varia de acordo com a particularidade condutiva de cada planta. A energia captada passa por um oscilador para percebermos não só a flutuação natural como também a reação da planta ao ser tocada por mãos humanas.

Opus 2 – The Delicate Lyrics of the Lichen Um circuito com 4 osciladores. Parte do líquen é transformada em concentrado líquido, outra parte permanece intacta. A retroalimentação de 3 osciladores têm como resistência variável os concentrados líquidos e o quarto oscilador utiliza como resistência o líquen integral.

Opus 3 – The Volcanic Poetry of the Rocks Um oscilador cuja capacitância é relativa ao peso da rocha em uma relação de 1g / 1uF. Se a rocha tiver 42 gramas o oscilador terá resistência de 1000 Ohms e capacitância de 42 micro Farads. O sinal elétrico passa por discos de cristal que se deformam ao receberem carga fazendo vibrar o metal onde se encontram.O metal excita a pedra e esta passa a vibração para a superfície de madeira. Outro disco de metal capta a vibração da madeira e deforma mais um disco de cristal. Este produz um “Click” particular para cada pedra.”

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