Minhas linhas do destino estão em braile
Não vejo nada além do além
Fiquei dançando, já findo o baile
Cigarro apagado, nos olhos brasa
Vê um baralho pra última aposta
De quem será que a morena gosta?
A ponta dos dedos enxerga se toca
Nisso de tato, tateei o lugar
Se ao menos tua sombra eu pudesse tocar
Ah, tanto me assombraria
Vê uma mecha de linda cabeleira
Pro meu luau ter tua bruxaria
Pro meu ritual ser pagã euforia
Pro meu sacrifício ser teu benefício…
Nessa aposta que enredei co’ Diabo
O ouro não vale o sangue que brilha
Eu aposto direto da veia, caio, quedo na teia
De pulso aberto, coração remendado
Vê uma agulha, tia costureira
Costura coração, teia, destino,
E faz tudo à mão
Com brio, com tino
Aquela morena não precisa de roupa
Isso tia, nem é preciso que teça
A natureza dela nua abusa musa
Que sangue de duelo ela não mereça, mas
Vê um punhal pra última aposta
De quem será que a morena gosta?