De 1994, é a última obra de um dos pintores mais importantes da arte brasileira. Solidão sintetiza a melancolia da sua última fase. Depois de 1980 (ano em que Iberê é acusado de matar a tiros um engenheiro no Rio de janeiro), sua poética concentra-se na figuração trágica de corpos esquálidos, refletindo as angústias do homem diante de seu lugar no mundo. Séries como As Idiotas, Fastasmagorias e Ciclistas, oferecem corpos sem lugar, vagantes e apáticos, predominados por um azul berrante. A tela está em exposição na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre.
Declarou o pintor: “O drama, trago-o na alma. A minha pintura, sombria, dramática, suja, corresponde a verdade mais profunda que habita o íntimo de uma burguesia que cobre a miséria do dia a dia com o colorido das orgias e da alienação do povo. Não faço mortalha colorida.”