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poesia contemporânea brasileira

Como minha vó me ensinou

como minha vó ensinou
acordo todas as manhãs e rezo
ajoelho em qualquer que seja o leito
e me vejo em toda dor que me caiba no peito
então os joelhos são ardidos
quase sempre encardidos
mas eu não
eu não fiz nada

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Alguns poemas

sem internet na cidade capital do sol. com chuva. há dias. organizar os pensamentos questão de v1d4 ou morte. sob risco. apalpar as urgências, mesmo criá-las novas e de novo. a cabeça debaixo d`água numa piscina azul que reluta aceitar a condição de bacia e transborda. as bordas. mais de 1 minuto debaixo dágua tentativa e erro. submersão abrutalhada respiração feita do parto escute – o som é iletrável – puxe o ar com força e susto-agora. impressão de nascer de novo sob o contorno de outras águas.

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Dois poemas

só falaria deles em frente a todos que pudessem ouvir
pra minha sorte senhorzinho era mudo
quisesse ouvi-lo teria de olhá-lo
quisesse olhá-lo acabei por desejar surdez
mas senhorzinho enxergava que era uma beleza

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Um manifesto, nem isso

Hoje é o aniversário da execução
de García Lorca e se alguma coisa
mudou desde então, foi pra pior

eu estou na Central do Brasil
esperando que alguém me ligue
com uma notícia boa

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Poemas

quantas coisas acontecem numa tarde mas como
cortam a luz da casa
pena de pássaro oculto no meio da sala sem luz na casa
temores
tecer uma lastra de palavras e nada
teus poemas para levar à morte por abrir
tudo o que não posso
a casa aos vagabundos essa ausência
de clareza que nos arrasta

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