
Holy Bible – A Divina Violência
Pegar o livro, abrir uma página aleatoriamente, fechar os olhos, deslizar o dedo indicador pela página. Em seguida, deter a mão erradia, abrir os olhos, fitar o livro e interpretar o fragmento textual eleito ao acaso.

Pegar o livro, abrir uma página aleatoriamente, fechar os olhos, deslizar o dedo indicador pela página. Em seguida, deter a mão erradia, abrir os olhos, fitar o livro e interpretar o fragmento textual eleito ao acaso.

9+1 laboratório aberto é um jogo curatorial proposto por Pollyana Quintella. A primeira situação expositiva aconteceu no dia 27 de junho, num apartamento vazio na Tijuca, com a participação de Aline Besouro, Amanda Rocha, Ana Hortides, Anais-Karenin, Bianca Madruga, Clara Machado, Inês Nin, Leticia Tandeta Tartarotti e Pedro Veneroso, depois de dois dias de ocupação.

“A ocupação do espaço físico era movida pela utopia de ser um espaço aberto para a criação artística. Mesmo na zona sul faltava um espaço assim. A gente conhece muita galeria e instituição, a EAV, mas claramente faltam espaços de livre circulação e experimentação.”

Por isso pensei em fazer um livro, na busca por concretizar esse diálogo que a mim e a tantos outros – como suponho – é capital. Quis elencar, através de um pessoal recorte, artistas de certo reconhecimento público que guardassem contato evidente com tais programas de apoio às pessoas em situação de vulnerabilidade social nas universidades.

“Eu estou mais interessada em tirar os artistas do lugar de artista do que colocar o curador no lugar de artista. É mais útil pro mundo do que ter mais alguém dizendo que é artista por aí.”

O que Nuno mantém é a junção de elementos que soam díspares. O artista se apropria de questões de ordem histórica, geográfica, política e cultural, assumindo as formas como Walter Benjamin entende a escrita da história. Nuno Ramos é aqui, em Casco, o narrador-artesão.

“Aparentemente, o artista funciona como um ser mediúnico que, de um labirinto situado além do tempo e do espaço, procura caminhar até uma clareira.”

O maior desafio de trabalhar com o Hélio é, sem dúvida, a entrega. Sua obra tem como premissa a possibilidade de mudança de rota, a possibilidade de mudar de ideia. Não existe objetivo, existe mergulho em um processo no qual ninguém saberá no que vai dar.

“O lugar da arte é de criar situações e objetos que ativem campos em aberto, podendo gerar imaginação, reflexão, mas pode ser que isto não aconteça…”