Jean-Michel veio da parte underground de Nova Iorque, onde era conhecido como o grafiteiro SAMO, cujas tags carregavam sempre um cunho político-poético. Sua obra contém representações quase sempre figurativas de ordem social, tendo herdado muitos elementos de arte de povos indígenas e do graffiti, que ainda era algo que insurgia no mercado de arte norte-americano.
O artista foi o grande centro da atenção da vida cultural nova-iorquina durante a década de 80. Nasceu em 1960 e morreu com 27 anos por conta de uma overdose de heroína. Sua figura foi celebrada durante um curto espaço de tempo, e depois esquecida. O fato de ser um dos únicos negros que frequentavam a elite dos movimentos culturais americanos causou um impacto na sua personalidade já conturbada. Nos seus últimos anos, o artista plástico se tornou paranoico com o círculo de pessoas que o cercava, além da constante pressão exercida pelo mercado de arte americano que, cansado de sua figura, passou a desconsiderá-lo.