Virginia Sterrett foi uma ilustradora norte-americana do início do século XX. Nasceu na grandiosa Chicago de 1900, uma cidade que meia década antes era apenas um entroncamento ferroviário – e que cresceu exponencialmente devido ao avanço da indústria capitalista, tornando-se um dos centros urbanos mais importantes dos Estados Unidos. Ainda criança destacou-se como um talento precoce pelos seus desenhos inventivos e cheios de personalidade. Introvertida, foi com incentivo dos amigos que, adolescente, ganhou prêmios em feiras de arte.
Chegou a estudar no Instituto de Artes de Chicago, logo abandonando a universidade para dedicar-se ao trabalho em agências de publicidade e cuidar de sua mãe, viúva e doente. Nesse período, seus desenhos apareceram em bugigangas diversas: utensílios de cozinha, malas de viagem, potes de cerâmica etc. Contudo, logo Virginia também adoeceu e precisou ser internada em um sanatório – onde começou o trabalho pela qual viria ser conhecida, a ilustração de livros para crianças. Mesmo com o tratamento, seu estado de saúde piorou e passou anos de sua vida mudando de cidade tentando, sem sucesso, se curar. Porém, Sterrett morreu na Califórnia aos 30 anos, vítima de um dos grandes maus do início do século XX: a tuberculose, doença que carregou consigo desde os 19 anos.
Ao longo de sua vida, ilustrou apenas três obras: Old French Fairy Tales (1920), escrita pela Condessa de Segur; Tanglewood Tales (1921), escrito por Nathaniel Hawthorne; e Arabian Nights (1928), uma coleção de histórias tradicionais do Médio Oriente. Seus trabalhos primam pela delicadeza do traço e pelas cores vibrantes, que dão vida às cenas dos livros infantis – com edições sofisticadas e cuidadosas.