Parte I
Algo com papel que não sei explicar
O sangue começa manchando as três linhas da folha
Que é branca mas não de leite
Que não é leite mas é quase é sangue
Que jorra em bacias vulcânicas
A cada ciclo lunar
Avulso oculto
Natural
Quando mistura a essência
Da carne que se desfaz, dilui e
Todo resto fica carne viva
Agonizante compartilhada
Nossos olhos nossa cara nossos instintos nossa química
Eriçada entrelaçada
Por debaixo da veia sangrenta
E da calcinha manchada.
Parte II
O vermelho sangue
da sua unha menstruação
fica abaixo do seu olhar
diferente acostumado
o cheiro acre doce
variado desejado
desperta dentro da noite veloz
o cuidado que o bicho tem
Interrogação mancha
O trato que fica em branco
Sucede o pranto
Lugar onde homi nem alcança
Anna Pitanga, Thaís Mandarino e Clara Wardi (parte I),
Jan Niklas e Alex Ribeiro Parte (II),
agosto 2015
Seria interessante se deixasse o sentido homem fora desse contexto, principalmente por ser pejorativo o termo, o que empobrece toda essa coletiva poesia. Como dizem os mais velhos: “panela onde muita gente mexe, a comida ou fica ensossa ou salgada”.