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Fevereiro

junho, 2015

Ingestão de dietilamida e ninguém não sorri debaixo do sol, dançando amargo-salivado, agarrado nas bandas do nbome (que todo mundo resolveu falar e se fazer de preocupado agora, como se amargar nunca fosse utilizado como parâmetro de qualidade; e eu também, só sommelier nóia e charlatão). Respiro a morte dos mosquitos do tifo fazendo coreografias com o braço enquanto levo à boca o ddt viciado em meus pulmões, amor que não me largou em horas corretas.  Agarro meu peito no meio da dança e da euforia, minhas falanges distais se contraem abruptamente e as unhas mal cortadas roídas furam minha pele, espasmos, tremedeiras, não consigo me mover, todos os meus músculos contraídos, sinto que a força de meu maxilar se apertando empurra os dentes contra a raiz até quase se quebrarem (o sangue jorra nas gengivas), minhas pernas são como carne ligada na alta voltagem e não servem para andar. Na aglomeração do tempo da festa, envolvido por mais sete pessoas naquele metro quadrado, ninguém notaria o colapso.

urbe,015.

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